O dólar passou de R$ 1,90 nesta quinta-feira (22) em mais um dia de fortes altas do preço da moeda americana frente ao real. Às 9h10, o dinheiro dos Estados Unidos era negociado a R$ 1,9155 para venda, em alta de 3,09% na comparação com o preço da moeda ontem. A taxa de câmbio subiu 3,75% nesta quarta, o maior ganho diário desde novembro de 2008.
Desde a sexta-feira (16), a moeda americana já valorizou 12,14% frente ao real. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), por sua vez, tinha queda forte nesta quinta. Às 10h09, o índice Bovespa, que mede a variação das ações mais negociadas da Bolsa, caía 2,42%, aos 54.625,65 pontos.
As más notícias hoje têm a ver com as declarações sombrias do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) causou uma fuga dos investidores do mercado financeiro. O banco confirmou que fará uma operação de trocas de títulos de até US$ 400 bilhões até junho de 2012 para jogar liquidez no mercado, isto é, elevar o crédito para colocar a economia americana nos trilhos.
A Operação Twist foi anunciada nesta semana e foi vista com um pouco de descrença dos investidores ao redor do mundo. Isso porque eles duvidam da eficácia da troca de títulos de curto prazo pelos de longo prazo na carteira do Fed sobre a atividade real, isto é, o mercado de trabalho e o consumo.
A onda de reprecificação atinge, principalmente, as ações ligadas às matérias-primas, já que as commodities passam por uma intensa onda vendedora no exterior em meio ao dado fraco sobre a atividade na China.
O país anunciou hoje uma queda no índice de atividade industrial em setembro, a terceira seguida, que acentuou a desaceleração para aquém da linha divisória de 50. O dado cedeu à mínima em dois meses, a 49,4 neste início de mês, de 49,9 no dado final de agosto.
Segundo análise gráfica do analista da XP Investimentos Gilberto Coelho, depois de o Ibovespa perder o suporte em torno dos 56 mil pontos no pregão de ontem, o índice à vista passou a formar uma "estrela cadente", na qual há maior probabilidade de baixa, levando a uma realização de lucros em direção aos suportes em 54,1 mil pontos ou até mesmo ao 51,8 mil pontos.
E essa pressão negativa vem totalmente do exterior, onde os índices acionários norte-americanos e europeus imprimem fortes perdas.