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Dólar cede pela primeira vez em dez dias e fecha a R$ 1,70

O relativo alívio dos agentes financeiros a respeito da crise europeia permitiu a recuperação das Bolsas de Valores

O dólar comercial finalmente teve um dia de queda, após dez sessões consecutivas em que ganhou valor frente ao real.

A cotação da moeda americana oscilou entre a taxa máxima de R$ 1,721 e a mínima de R$ 1,699, para encerrar a rodada de negócios em R$ 1,709, o que representa um recuo de 0,87% sobre o fechamento de ontem. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,820 (queda de 1%) e comprado por R$ 1,640.

Ainda operando, a Bovespa valoriza 0,23%, aos 56.412 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,45 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 1,19%.

Bancos centrais coordenam-se para injetar liquidez nos bancos europeus

O relativo alívio dos agentes financeiros a respeito da crise europeia permitiu a recuperação das Bolsas de Valores e do euro frente à moeda americana.

A moeda europeia, que foi negociada por US$ 1,45 em fins de agosto, e havia derretido para US$ 1,36 no início deste mês, bateu hoje a cotação de US$ 1,38, depois que as principais lideranças de Alemanha e França (as economias mais importantes da Europa) reafirmaram a disposição em "salvar" a Grécia, sob a iminência de um "default" (calote).

Na semana que vem, as autoridades europeias devem avaliar as condições para que o país mediterrâneo receba novas parcelas do pacote de auxílio financeiro já acertado.

Os mercados também "comemoraram" a ação do BCE (Banco Central Europeu), que voltou a fornecer capital para os bancos do velho continente, de modo a evitar problemas de liquidez.

Em 2008, a crise foi agravada quando o dinheiro parou de circular entre os bancos, provocando a paralisia do circuito de crédito e precipitando a recessão que atingiu as maiores economias do planeta.

SEM BC

A exemplo de ontem, o Banco Central não compareceu no mercado de câmbio, interrompendo uma longa sequência de intervenções diárias, por meio de leilões de compra.

Desde o final de agosto o BC já veio reduzindo fortemente o montante de dólares adquirido diariamente junto aos "dealers" (as instituições financeiras credenciadas). Enquanto nos estertores de agosto a média foi pouco superior a US$ 80 milhões, em setembro caiu para meros US$ 35 milhões (em seis dias úteis).

Outro forte indicador das mudanças no segmento de câmbio brasileiro pode ser vista no mercado futuro.

Conforme o acompanhamento do BC, a chamada posição "vendida" dos bancos caiu de US$ 14,69 bilhões em junho para US$ 6,25 bilhões em agosto.

Trata-se do montante de apostas feitas no mercado futuro da BM&F, onde os agentes financeiros negociam contratos para compra ou venda da divisa americana, e que liquidam num prazo de meses (em contraste com o segmento à vista, onde as operações fecham em dois dias úteis). Investidores "vendidos" ganham com a baixa das cotações; "comprados", com a alta.