Veículos de Comunicação

4

Em Três Lagoas um pacote de feijão pode chegar a R$ 12

A alta do feijão já foi percebida pelos varejistas e consumidores de Três Lagoas. Atualmente, um pacote de 2 kg do grão pode chegar a custar R$ 12

A alta do feijão já foi percebida pelos varejistas e consumidores de Três Lagoas. Atualmente, um pacote de 2 kg do grão pode chegar a custar R$ 12. De acordo com o gerente comercial da rede de supermercados Nova Estrela, Paulo Amaral, no final do mês de abril era possível oferecer ao cliente dois quilos do produto por aproximadamente R$ 5,80. Hoje, o preço já chega a R$ 12. Ele explicou que a rede até manteve o preço enquanto durava o estoque da última compra, mas os novos pedidos já saíram mais caros para as lojas e, inevitavelmente, o reajuste teve de ser repassado para seus clientes.

Amaral disse ainda que, por um momento, imaginou que a alta fosse chegar a uma das maiores registradas no Brasil, que aconteceu em meados de 2005. Na época, um pacote de feijão chegou a custar R$ 15. “Eu já venho notando uma leve queda nos preços do grão e acredito que o valor voltará a ser mais baixo, até porque ele já se estabilizou. Pior seria se a alta persistisse”, destacou.

O chefe de loja da rede Big Mart, Alex Sandro Nogueira dos Santos, disse que a alta dos produtos essenciais da culinária brasileira tem assustado seus clientes. Ele contou que todos os dias pelo menos 20 consumidores reclamam dos valores. “Os funcionários que abastecem as prateleiras acompanham a indignação do consumidor”, disse. Antes da inflação, era possível adquirir um pacote de feijão de 2 kg por R$ 8,99. Hoje, o valor subiu para R$ 11,50.

CONSUMIDORES
José Alberto da Silva é dono de um restaurante na cidade. Ele disse que a alta do arroz, principalmente do feijão, obrigou-o a repassar o reajuste para seus clientes. Ele compra, em média, 15 kg de feijão por dia e já pode observar o quanto o investimento tem pesado em seu bolso. “Esses valores são simplesmente um absurdo”, disse. Ele precisou aumentar em 10% as refeições do seu estabelecimento. “Pela lógica, eu teria que subir ainda mais os preços, mas sei que seu eu seguir à risca o reajuste posso perder minha clientela. O jeito é ter menos lucro para manter a freguesia”, completou.

Na opinião de José Soares de Lima, serviços gerais, o governo precisa incentivar e investir mais na agricultura. “Ele [governo] está gastando milhões em estádios e quadras para sediar a Copa e as Olimpíadas, mas se esquece dos produtores rurais. Não duvido que possa faltar comida um dia, se essa situação continuar. O governo só produz cimento ao invés de comida”, desabafou.

A doméstica Adriana Veloso disse que precisou consumir menos feijão no mês para não comprometer seu orçamento. “Antes da alta, eu costumava comprar 5 k. Hoje, compro no máximo 2 kg”, explicou. Milena Bonfim da Silva, auxiliar de serviços gerais, contou que seu orçamento vem sendo prejudicado. “A alternativa tem sido dispensar alguns produtos supérfluos para não ficar sem o feijão, que é essencial para a alimentação”, salientou.