Apesar da alta da inflação nos últimos meses, o Ministério da Fazenda informou que há espaço para o Banco Central (BC) reduzir os juros até o fim do ano. A avaliação consta do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado a cada dois meses pela Secretaria de Política Econômica, com estimativas para a economia.
De acordo com o boletim, o agravamento da crise econômica mundial pode criar condições para que os preços internacionais deixem de subir. Sem a pressão dos preços das commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional), a inflação pode ceder nos próximos meses.
No fim do mês passado, o Banco Central reduziu a taxa Selic, que indica os juros básicos da economia, de 12,5% para 12% ao ano. No sistema de metas de inflação, adotado pelo Brasil, os juros são usados para controlar a alta dos preços. Taxas elevadas incentivam a poupança, desaceleram a economia, dificultam o crédito e reduzem a demanda. Taxas mais baixas, ao contrário, estimulam o crédito e o consumo. Mas o ministério da Fazenda acredita que é possível manter a trajetória de queda da inflação mesmo com taxas de juros mais baixas.