O consumidor pagou os menores juros da história em setembro ao pedir dinheiro emprestado ou crédito na praça para comprar o carro novo ou trocar a geladeira da casa. Praticamente todas as taxas diminuíram no mês passado, como mostra uma pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Entre agosto e setembro, a taxa de juros média passou de 6,75% ao mês (118,99% ao ano) para 6,69% ao mês (117,51% ao ano). Em uma conta simples, equivale a dizer que quem pegou R$ 100 de crédito no país no mês passado, pagaria sobre esse valor quase R$ 6,70 só de juros. Um mês antes, era mais de R$ 6,75 pelo empréstimo.
O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) oferecido por bancos também recuou para os menores valores da história, com taxas de 2,24% ao mês ou 30,45% ao ano. Os juros do comércio atingiram sua menor taxa – 5,54% ao mês ou 90,99% ao ano. Os empréstimos de financeiras caíram para 8,94% ao mês (179,41% ao ano) e ficaram no menor patamar já visto.
De acordo com o economista e coordenador de estudos da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, estas reduções podem ser atribuídas a quatro fatores: o bom momento que passa a economia brasileira, mesmo com a pequena redução da atividade econômica, e a maior oferta de crédito.
– O ritmo dos empréstimos cresceu 22,2% em 12 meses e atinge hoje 47,8% do PIB (Produto Interno Bruto), sendo este o maior volume já atingido no crédito. Há maior competição no sistema financeiro e queda da taxa básica de juros Selic em agosto.
O consumidor deve fugir do limite da conta tanto quanto do cartão de crédito. O dinheiro de plástico tem juros de 10,69% ao mês (238,30% ao ano) e é a modalidade mais cara. Não houve mudanças nas taxas do cartão, que estão neste mesmo nível há pelo menos um ano.
Apesar de também ter ficado menor entre agosto e setembro, o cheque especial cobra a segunda maior taxa entre as modalidades de crédito. Os juros somam 8,23% ao mês (158,33% ao ano).