Entrou em vigor nesta semana o reajuste nos preços da gasolina e para o diesel anunciados pela Petrobras, na última sexta-feira. Conforme nota divulgada pela estatal, a gasolina teve um aumento de 7,83% e o diesel, 3,94%. O reajuste, entretanto, não terá impacto sobre o preço nas bombas.
Em nota oficial, o Ministério da Fazenda anunciou que, enquanto a Petrobras realizava o reajuste, o governo federal zerou a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para os dois combustíveis. A medida visou evitar que o aumento chegue ao consumidor e afete a inflação. A cobrança do imposto era uma das incógnitas para o setor, já que o desconto dado no imposto iria se encerrar neste mês, o que tornaria o reajuste ainda mais alto.
“Para neutralizar os impactos dos reajustes dos preços da gasolina e do diesel anunciados pela Petrobras, o governo federal decidiu reduzir a zero as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente na comercialização destes combustíveis. Dessa forma, os preços, com impostos, cobrados das distribuidoras e pagos pelos consumidores não terão aumento”, informou o comunicado.
Desde novembro do ano passado, o litro da gasolina pagava R$ 0,091 de Cide. Para o óleo diesel, a alíquota era R$ 0,047 por litro.
ESPERA
Em Três Lagoas, o clima entre os proprietários de postos de combustíveis é de muitas dúvidas. Conforme o empresário Márcio Hirade, chegou-se a cogitar reajuste de 15% da bomba, depois de 8% e agora pode ser que não haja. “Estamos aguardando. Nós [empresários do ramo] não sabemos nada a mais que a população”, disse.
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O empresário, porém, acredita que há chances de continuar com o mesmo preço. “Se realmente zerar a alíquota, é possível manter o preço. Aliás, nada mais justo. Precisava tomar uma posição urgente sobre o preço do barril de combustível, pois o país estava comprando em um preço e vendendo a outro inferior. A Petrobras é de capital público e privado, precisa de lucro. Então, nada mais justo que abater no imposto. O Cide é um absurdo: era para ser uma taxa transitória mas se tornou eterna no Brasil”, disse.
Até essa segunda-feira, segundo o empresário, o preço das bombas permanecia o mesmo, assim como a movimentação nos postos.
PREÇOS
Mesmo sem o anúncio, o preço médio da gasolina teve aumento de R$ 0,03 nas últimas quatro semanas em Três Lagoas. Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre 20 e 26 de maio, o preço médio do combustível na bomba era de R$ 3,011 (preço mínimo R$ 2,899 e máximo de R$ 30,48). Já entre os dias 10 e 16 deste mês, na última pesquisa realizada pela agência, o preço médio foi de R$ 3,014 (mínimo de R$ 2,890 e máximo de R$ 3,248).
Neste meio tempo, entre 3 e 9 deste mês, o preço médio, entretanto, chegou a R$ 3,001 – menor índice registrado neste ano, conforme levantamento feito pelo Jornal do Povo. Até ontem, a ANP não havia divulgado o resultado da semana passada.
