O consumidor da Capital está pagando mais caro pela carne bovina desde o ano passado. E esta tendência deve continuar nos próximos meses. A carne bovina é um dos produtos que mais sofrem com a alta dos preços e a crise financeira dos brasileiros. Em 2020, a commodity teve valores 18% acima do normal; para 2021, a expectativa é que a situação fique ainda mais complicada. Somente a arroba do boi já subiu 68% nos últimos quatro meses em MS e beira os R$ 300. Para o consumidor as altas variam conforme o corte escolhido. O que sebe é que os reajustes são mais visíveis nos cortes de segunda, como acém, patinho, costela.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou que o ano passado registrou o menor consumo de carne por habitante desde 1996, quando o levantamento foi iniciado. Para se ter uma ideia, de 2019 para 2020 houve recuo de 5%, caindo de 30,7 quilos para 29,3 quilos por pessoa.
De acordo com a Associação dos Supermercadistas, em 2020, os cortes dianteiros de carne bovina tiveram alta de 28,2% e os cortes traseiros, de 12%.
E os aumentos de preços devem continuar. A principal razão para isso é o aumento do preço causado pela oferta restrita de gado no País.
Outra questão que afeta o valor é a forte demanda da China, que se tornou a principal interessada na carne brasileira. Mesmo que seja algo positivo para a parcela exportadora do agronegócio, a situação aumenta os preços internamente e complica o setor varejista nacional.
A esse cenário ainda se somam a situação de renda reduzida da maioria dos brasileiros, a crise econômica, o recorde de desempregos e o fim do Auxílio Emergencial.