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Setor hoteleiro triplica em quatro anos no município

Média de 50% dos leitos existentes em Três Lagoas são ocupados por ?hóspedes-moradores?

No Taj Hotel, 80% dos apartamentos são ocupados por ?moradores? -
No Taj Hotel, 80% dos apartamentos são ocupados por ?moradores? -

 O setor hoteleiro de Três Lagoas foi um dos que mais cresceu por conta do desenvolvimento industrial do município. A abertura de novos hotéis e a ampliação de antigos fez com que o segmento triplicasse nos últimos quatro anos: o salto foi de aproximadamente 800 leitos, em 2008, para algo em torno de 2,4 mil, em 2012. Segundo levantamento mais recente fornecido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, de junho deste ano, Três Lagoas conta hoje com, pelo menos, 20 hotéis – o estudo leva em consideração os principais empreendimentos da cidade -, que oferecem, juntos, o total de 1.100 apartamentos e 2.300 leitos. Os dados mostram ainda um crescimento de 145 leitos apenas no primeiro semestre. Conforme o estudo “Oportunidades de Negócios em Três Lagoas e Brasilândia”, desenvolvido por meio de parceria entre Petrobras e Sebrae, até 2011 o município oferecia 2.155 leitos.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marco Garcia, esse crescimento deve-se ao Turismo de Negócios proporcionado por empresários e executivos que vêm a Três Lagoas com frequência para tratar de negócios e, principalmente, para residir temporariamente no município.

Essa modalidade de hóspedes, os “moradores”, como são classificados, chega a permanecer na cidade por mais de um ano e corresponde a nada menos que 50% da clientela total dos hotéis. “A maior parte [dos hotéis] está ocupada por moradores. E eles têm preferência por permanecer lá por dois motivos: em primeiro lugar, o aluguel em Três Lagoas está tão caro quanto e ainda há os custos para manter a casa. Em segundo, porque, embora estejam trabalhando por longos períodos, é temporariamente – média de seis meses a um ano. Além disso, eles retornam para a cidade de origem nos fins de semana. Isso sem contar aqueles executivos que vêm para fechar negócios”, explicou Garcia.

Esse é o caso do Hotel OT. Atualmente, o estabelecimento registra a taxa de 90% de ocupação durante a semana. Já nos fins de semana, o índice de leitos ocupados gira em torno de 50%. Para atender à demanda, o hotel passou por uma ampliação de 20 apartamentos em 2009. Agora, há 85 apartamentos e duas suítes. Desses, em média 30%, estão ocupados por moradores.

Esse índice é ainda maior no Taj Hotel. De acordo com a gerente, Michele Albuquerque, 80% dos leitos do hotel estão ocupados por “hóspedes-moradores”. “São executivos, membros que ocupam cargos de nível elevado nas empresas. Estamos recebendo novos hóspedes com frequência. Mas a grande maioria vive no hotel há mais de dois anos”, completou. Hoje, a taxa de ocupação do Taj, inaugurado há três anos e meio, chega até 100% durante a semana. Já nos fins de semana, há uma queda de 20% que, como explicou Michele, deve-se ao retorno dos moradores para as cidades de origem.

FUTURO

Mesmo com esse crescimento expressivo, o mercado ainda é incerto no que se refere a crescimento futuro. Conforme o secretário, existe um receio por parte dos empreendedores de que essa seja uma explosão de demanda temporária e que, no momento que terminar essas grandes obras, o índice de ocupação seja mais baixo. “Houve um crescimento bem interessante nesse setor e nós estamos no meio do processo. A cada mês, vemos novos empreendimentos do turismo serem abertos. Por um lado, tudo está crescendo. Por outro, sabe-se que muita coisa é temporária. Não se sabe o que será renovado, o que ficará e o que irá embora”, explicou.

Entretanto, Marco Garcia não espera que esta demanda chegue ao fim pelos próximos dois anos. De acordo com ele, a cidade vive uma demanda decrescente da Eldorado e da Sitrel, que já estão em processo de conclusão das obras. Em contrapartida, a da Petrobras começou a crescer. “No pico, a Unidade de Fertilizantes da Petrobras deverá trazer sete mil trabalhadores a cidade. Desses, 90% ficam em alojamentos, é fato, e 10% em hotéis. Mesmo assim, estamos falando em 700 pessoas nos nossos hotéis”, completou. O secretário também citou os projetos de ampliação da Fibria, previstos para serem decididos em dezembro – e que deverão ser acompanhados pela International Paper, que decidirá em janeiro – e da Eldorado, cuja ampliação está prevista para 2017.

Quem apostou nesse crescimento foi a proprietária do Tokyo In Hotel, Sandra Maria Vieira Yamamoto Britto. Dentro de quatro meses, a empresária deverá lançar um novo hotel em Três Lagoas, ao lado do Tokyo In, composto por 78 apartamentos. A ideia é atender a uma demanda com preços mais acessíveis. O Tokyo In foi inaugurado há um ano e três meses e a demanda surpreendeu. “Sabíamos que haveria procura, mas não imaginava que seria tamanha. Antes, ainda registrávamos queda nos fins de semana. Mas, agora não muda. Todo mês tem um grande evento na cidade, como agora, com o Motoshow”, completou. A taxa de ocupação do hotel é de 90% durante a semana. Atualmente, 10% dos hóspedes são residentes.

Turismo de Negócio é tema de debate

Na próxima terça-feira, empresários do segmento de bares, restaurantes e hotelaria estarão reunidos para debater Turismo de Negócios. O evento é realizado por meio de uma parceria entre Sebrae, Prefeitura e Petrobras e contará com a com a presença de Enrico Fermi Torquato, presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. O I Encontro de Turismo de Negócios terá início às 19 horas, na sede do Sebrae.