Acontece neste sábado, 24, em todo o Brasil o primeiro dia do Exame Nacional de Ensino Médio, o Enem. Mais de sete milhões de pessoas se inscreveram para o exame este ano.
O exame, que passou por reformulações no estilo de prova e vem sendo adotado a cada ano por novas universidades federais como processo seletivo de ingresso, atrai gente de todas as idades e classes sociais. Motivos para prestar esta prova são diversos. A equipe de reportagem do JPNEWS esteve em um dos locais de prova de Três Lagoas e constatou que, de fato, motivo é o que não falta.
&saiba São pessoas que querem sair do Ensino Médio com vaga garantida em alguma Universidade pública no Brasil. Desempregados que enxergam o ensino superior como a solução para esta condição. Graduados que desejam testar o próprio conhecimento e se auto-avaliar.
A maioria dos candidatos tem o mesmo motivo que as estudantes Gabriela Sales Vieira e Beatriz Nogueira. Ambas com 17 anos de idade e alunas do terceiro ano do Ensino Médio. Querem uma vaga na Universidade Federal. As duas prestam o Enem pelo segundo ano consecutivo, mas esta é a primeira vez que o exame contribuirá para ingressarem na faculdade. Gabriela e Beatriz esperam ser aprovadas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) nos cursos de odontologia e engenharia civil, respectivamente. A UFMS, aliás, utiliza somente o Enem como processo seletivo.
Beatriz vai utilizar a nota do Enem no vestibular que pretende prestar no interior de São Paulo, para concorrer a vaga da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
A história de Ana Lúcia Dias, de 33 anos, é um pouco diferente. Atualmente desempregada, Ana ainda frequenta as salas de aula do ensino médio. É aluna do sistema Educação de Jovens e Adultos (EJA) e está prestes a concluir o terceiro ano. "Por conta da minha gravidez, atrasei a formação. Agora estou correndo atrás do prejuízo e quero começar uma faculdade. Meu sonho é uma vaga em enfermagem. Sou apaixonada pela área da saúde", conta emocionada.
EMOCIONAL
A estudante Gabriela admitiu estar bastante tensa e nervosa. "É inevitável não estar. O Enem é meu tudo ou meu nada". Mas ainda assim, mais do que nervosismo, o sentimento da jovem era de confiança. "Estou preparada. Estudei o ano inteiro para isso e agora é hora de mostrar. A vaga é minha", afirmou.
Para estar tão segura assim, Gabriela contou à reportagem que chegou a estudar mais de 14 horas em um dia na reta final para o Enem. Ao longo do ano a estudante frequentava além das aulas regulares do colégio, um cursinho pré-vestibular no período da tarde. "Não é só isso não. À noite, em casa, eu revisava todo o conteúdo que tive durante o dia", complementa.
Beatriz, embora tensa e ansiosa, declarou à reportagem que a marioria das vezes a pressão por boas notas e boa classificação em processos seletivos não vem dos pais e sim dela mesma. "Eu estudei tanto para este exame que não quero uma nota baixa. Quero ter minha aprovação".
* Matéria editada às 14h18 para inclusão de informação.