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Três Lagoas, 02 de junho

Inseticida comum, água e detergente podem matar escorpião, afirma veterinário

Willian Coelho aponta resultado de estudos sobre combate ao animal que pode ser mortal à crianças e adultos

Por Valdecir Cremon
05/11/2017 • 07h15
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Um estudo realizado pelo professor veterinário, doutor Willian Marinho Dourado Coelho e publicado em 2016, pela revista do Conselho Federal de Medicina Veterinária e de uma universidade no interior de São Paulo, é o mais importante documento sobre o combate a escorpiões no Brasil. Pesquisa e ensaio científico realizados pelo pesquisador de Andradina (SP), mostram que a combinação de água, inseticida comum (do tipo Detefon) e detergente de cozinha é eficaz pra matar o animal, tido como um dos mais perigosos que habitam as cidades, inclusive com capacidade de matar pessoas. A descoberta, segundo o professor Willian, ocorreu após estudo de produtos considerados simples e fáceis de serem adquiridos, podem ser a solução, associada, inclusive, a limpeza principalmente de quintais.

Esta combinação é letal para o escorpião?

Willian Marinho Coelho - “Alguns trabalhos que fiz e de outros pesquisadores, comprovam que, utilizando produtos químicos de modo correto, assim com a técnica e treinamentos corretos, esses produtos são sim, valiosa ferramenta. Mas, há várias técnicas para controlar o escorpião e outras pragas, inclusive porque sempre batemos em cima do mesmo tema. É preciso limpar quintais, retirar entulhos, entre outros, que sabemos que a população não faz isso”.

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O descuido com a limpeza é isolado?

“A falta de cuidado com sujeira, mato e entulhos, é genérica. Não é preciso ir longe. Em qualquer quarteirão dentro das cidades, como em Andradina e no resto do Brasil, o que se vê é um grande acumulo de entulhos. Um grande depósito de sujeira, que propicia o crescimento, a proliferação de escorpião e outras pragas”.

Conseguir fazer o inseticida que mata o escorpião é fácil?

“A pessoa que quer, realmente, aplicar em sua casa, algum produto, ela tem sim, recursos fáceis e baratos. Recursos que se encontram na prateleira de qualquer mercado, e que, com o mínimo de conhecimento e informação, consegue controlar o escorpião, em sua propriedade. Porém, não resolve, apenas espalhar o veneno pelos locais aonde possa haver escorpião. O efeito só é obtido, quando o bicho é atingido pelo inseticida. Este é o princípio de todo o veneno. Tem que ter contato. Ser inalado ou ingerido, ou contato com a pele, de algum modo”.

Como o produto pode ser usado?

“Pega-se o inseticida e o dilua em 10 litros de água. Acrescenta pelo menos 500 ml de detergente. De preferencia, aquele que resseca a mão e não é glicerinado. Ou qualquer outro sabão. Não adianta jogar de duas três gotas. Precisa de um volume grande de veneno. A função do detergente é retirar a oleosidade do corpo do animal e com isso, permitir a ação do inseticida. Tira-se a proteção do animal, que é uma camada externa, seu exoesqueleto, e aí, então, o veneno penetra. Aplicada de maneira correta, a mistura de inseticida, água e detergente de cozinha é capaz de matar escorpiões, rapidamente. Alguns morrem em dez segundos. Se for do tipo menor, morre quase que instantaneamente”.

Mesmo com a eficácia da mistura caseira e que, contraria até mesmo, uma afirmação do Ministério da Saúde, sobre os escorpiões serem imunes a inseticidas, o senhor se preocupa também, com a limpeza de quintais e de casas?

“Sim, pois, há grande risco de infestação do animal, apenas com a presença de um inseto vivo. Nosso grande problema são duas espécies. O Tityus serrulatuse o Tityus bahiensis, os escorpiões amarelo e marrom, respectivamente. O mais preocupante é o amarelo, pois tem peçonha neurotóxica, muito grave, principalmente, para crianças, idosos e pessoas que tenham sensibilidade imunológica. Outro fator é que este bicho faz partenogênese, sem necessidade de um macho para procriar. Uma única fêmea no local consegue dar cria de 20 a 25 filhotes e, sozinha, inicia uma infestação no ambiente”.

Como orientar a população sobre o uso do veneno?    

“A falta de continuidade em campanhas de combate a problemas como estes, preocupa. Sem falar no despreparo de funcionários de órgãos públicos, encarregados de manter a segurança, principalmente, de crianças, idosos e de pessoas com reação alérgicas a venenos de escorpião. Em todas as classes sócias encontramos pessoas desmazeladas, que gostam de criar lixo, entulho e acham que o problema ambiental não é deles. Temos que identificar as áreas de risco, principalmente, onde tem crianças, pois é preciso tomar um maior cuidado. Nos adultos, causa muito pouco efeito, além da dor. Temos que isolar as áreas de risco e ficar muito atento”.

(Colaborou, André Barbosa)

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