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Caso Antonella, de Paranaíba, ganha repercussão nacional em reportagem do Fantástico

Reportagem do Fantástico mostrou que imprudência, alta velocidade e ausência de regras claras estão por trás do aumento das ocorrências — incluindo o caso mais grave, registrado em Paranaíba, que vitimou a pequena Antonella, de 3 anos e 11 meses.

Bike elétrica pilotada por adolescente de 14 anos .
Bike elétrica pilotada por adolescente de 14 anos .

A tragédia que abalou Paranaíba voltou a repercutir em todo o país neste domingo (16). O Fantástico – Show da Vida dedicou parte de sua reportagem especial sobre os riscos das bicicletas elétricas ao caso de Antonella, de 3 anos e 11 meses, considerado o acidente mais grave registrado no Brasil envolvendo esse tipo de veículo.

Antonella brincava na rua quando foi atingida por uma bicicleta elétrica conduzida por uma adolescente de 14 anos. A produção da TV Globo esteve em Paranaíba, conversou com familiares da criança e entrevistou o delegado da Polícia Civil, Gustavo Fernal, que conduz o inquérito. O caso, marcado por forte comoção na cidade, foi apresentado como exemplo dramático do descontrole no uso das bikes motorizadas.

Segundo o delegado, a ausência de regras claras e o uso desses veículos por menores de idade têm colocado pedestres e outros usuários em risco. Ele destacou que, apesar do nome “bicicleta”, muitos modelos atingem velocidades comparáveis às de motos, o que potencializa o risco de lesões graves em qualquer colisão.

Brasil vive explosão no uso das e-bikes

A reportagem do Fantástico ampliou a discussão ao mostrar dados que revelam um crescimento sem precedentes. No Brasil, o número de bicicletas elétricas saltou de 7.600 unidades em 2016 para cerca de 284 mil atualmente. A popularização rápida não foi acompanhada pela criação de normas específicas — e isso tem resultado em mais acidentes, muitos deles graves.

A equipe da TV Globo percorreu diversas cidades, ouviu vítimas, profissionais de saúde e autoridades, e constatou que velocidade excessiva, imprudência e falta de fiscalização estão entre as principais causas das ocorrências.

Imprudência e velocidade colocam vidas em risco

Segundo especialistas ouvidos na reportagem, muitos modelos de e-bikes ultrapassam facilmente 40 km/h, permitindo que adolescentes e até crianças conduzam veículos com velocidade próxima à de um ciclomotor. A facilidade de acesso, somada à percepção equivocada de que se trata de uma “simples bicicleta”, levou a um aumento considerável de lesões graves — especialmente traumatismos.

Profissionais de saúde relataram ao programa que as vítimas de acidentes com bikes elétricas chegam aos hospitais com fraturas, cortes profundos e ferimentos semelhantes aos de quedas de motocicleta.

Paranaíba no centro do debate nacional

Com a tragédia de Antonella, Paranaíba passou a integrar o debate nacional sobre a necessidade urgente de regulamentação e fiscalização das bicicletas elétricas. A fatídica ocorrência registrada no município serviu de alerta no Fantástico, mostrando que o problema não está restrito às grandes cidades, mas afeta comunidades em todo o país — inclusive as de menor porte.

Enquanto o inquérito policial segue em andamento e a família busca justiça, especialistas afirmam que o caso pode contribuir para mudanças legais e campanhas de conscientização, evitando que novos acidentes ocorram.