O MPE (Ministério Público Estadual) pediu prisão preventiva para dez dos 28 presos na Operação Uragano (furacão em italiano), realizada pela PF (Polícia Federal) na última quarta-feira (1) em Dourados.
O pedido de conversão da prisão temporária (válida por cinco dias) em preventiva (com prazo indefinido) inclui o vice-prefeito Carlinhos Cantor (DEM), o presidente da Câmara e candidato a deputado estadual, vereador Sidlei Alves (DEM), o vereador Edvaldo Moreira (PDT), o vereador Júnior Teixeira (PDT), a primeira-dama Maria Aparecida de Freitas Artuzi e cinco secretários municipais.
Conforme o promotor Paulo César Zeni, o pedido do Ministério Público se embasa em duas razões: garantia da ordem pública e da instrução do processo. “São pessoas que ocupam cargos mais importantes e podem voltar a ocupar os postos e a praticar ilícitos”, enfatiza. O MPE também se preocupa com a possibilidade de destruição de provas. “Devido ao cargo, eles têm acesso a documentos, provas, testemunhas”.
Já os demais presos, inclusive outros seis vereadores, devem ser soltos até segunda-feira, quando vence o prazo da prisão temporária. O promotor apresentou o pedido de prisão preventiva a juíza da 1ª Vara Criminal, Dileta Dileta Terezinha Thomaz, responsável pelo processo. A magistrada pode aceitar ou recusar o pedido. “O pedido é urgente por natureza”, afirma o promotor, que acredita que a justiça decida nesta sexta-feira sobre as prisões preventivas.
O promotor Paulo Zeni deve oferecer denúncia na próxima semana. Um grupo de quatro promotores vai trabalhar durante o feriado prolongado de 7 de Setembro. O MPE ainda aguarda o inquérito para definir quantas pessoas serão indiciadas e em quais crimes.
Especial
Já o prefeito Ari Artuzi (PDT), que também foi preso na operação, tem direito a foro privilegiado. Desta forma, somente o procurador-geral do MPE (Ministério Público Estadual) pode apresentar pedido para transformar a prisão temporária em preventiva. A prisão temporária do prefeito foi autorizada pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Também cabe ao procurador-geral apresentar pedido de intervenção nos poderes Executivo e Legislativo de Dourados.
Na tela
Diversos vídeos mostram o prefeito, a primeira-dama e vereadores recebendo propina. De hospital a transporte, as licitações eram direcionadas para empresas “amigas”, que pagavam comissão.
Conforme a denúncia da PF, o esquema era liderado pelo prefeito Ari Artuzi. Os valores arrecadados serviam para o pagamento de diversos vereadores de Dourados, tanto da base aliada, quanto da oposição, para caixa de campanha, além da compra de bens pessoais ao prefeito. As denúncias partiram do jornalista Eleandro Passaia, que ocupava o cargo de secretário de Governo.
Lista
Foram expedidos 29 mandados de prisão, mas um está foragido. Veja os nomes dos presos nos poderes Executivo e Legislativo: Ari Artuzi (prefeito), Maria Aparecida de Freitas (1ª dama), Carlinhos Cantor (vice-prefeito), Aurélio Bonatto (vereador), Edvaldo Moreira (vereador), Humberto Teixeira Junior (vereador), José Carlos Cimatti (vereador), Zezinho da Farmácia (vereador, Julio Artuzi (vereador), Marcelo Barros (vereador), Paulo Henrique Bambu (vereador licenciado), Sidlei Alves (presidente da Câmara), Alziro Moreno (procurador-geral), Tatiane Moreno (secretária de Administração), Ignez Boschetti Medeiros (secretária de Finanças), Cláudio Marcel Hall, Marcelão (vereador licenciado e secretário de Serviços Urbanos), Helton Farias (Gestor de Compras), Dílson Cândido de Sá (secretário de Planejamento e Obras), João Kruger (controlador-geral), José Roberto Barcelos Junior – (Ex-chefe de licitação), Marco Aurélio de Camargo Areias (superintendente do Hospital Evangélico), Paulo Ferreira do Nascimento (assessor do prefeito), Thiago Vinícius Ribeiro (departamento de licitações).