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Presos na Operação Uragano podem continuar na cadeia

Decisão sobre quem toma posse no Poder Executivo de Dourados será definida pela Justiça

Imagem gravada em vídeo do prefeito recebendo propina -
Imagem gravada em vídeo do prefeito recebendo propina -

O Ministério Público Estadual (MPE) deve decidir até esta sexta-feira se entra com o pedido de prorrogação da prisão temporária de cinco dias dos suspeitos de envolvimento nos esquemas de fraude em Dourados, que vencem no próximo domingo (5). Anteontem, 28 pessoas foram detidas e, caso não sejam beneficiadas com habeas-corpus, podem ver as prisões temporárias transformadas em preventivas.

A informação foi dada pelo promotor Paulo Zeni, em entrevista à imprensa, ontem. Foram presos na operação o prefeito Ari Artuzi, a primeira-dama Maria Aparecida de Freitas Artuzi, o presidente da Câmara dos Vereadores, Sidlei Alves, o vice-prefeito Carlinhos Cantor, a secretária de Administração, Tatiane Moreno e a secretária de Finanças, Ignez Maria Medeiros.

Foram presos ainda oito vereadores flagrados pelas câmaras recebendo valores entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, a título de “mesada”. São eles Aurélio Bonatto, Edvaldo Moreira, Humberto Teixeira Junior, José Carlos Cimatti Pereira, Zezinho da Farmácia, Júlio Artuzi, Marcelo Luiz Lima Barros, Paulo Henrique Bambu.

Há ainda dois vereadores, Gino Ferreira e Dirceu Longhi, que também são citados nas investigações, como interessados em esquemas fraudulentos. Eles chegaram a ser ouvidos pela PF, mas não foram presos. Não há gravações deles recebendo dinheiro.

A investigação policial mostra que na cidade, a antiga prática do pagamento de comissão por empreiteiras e fornecedores ganhou um novo nome: "retorno". Os vídeos feitos mostram o recebimento das propinas e os diálogos que antecedem ou sucedem o pagamento revelam as razões.

O empreiteiro José Carlos Soares, o Zeca do MS, dono da Construa MS, aparece entregando ao secretário que denunciou o esquema R$ 20 mil, a título de pagamento de propina para que sua empresa seja beneficiada em licitações.

Outro empresário, Celso Dal Lago, dono de uma usina, entrega R$ 20 mil ao secretário de Governo que fez as filmagens, no dia 14 de junho. Esse dinheiro, conforme as apurações, foi dado para comprar o posicionamento favorável dos vereadores no projeto de lei que permitiu a queima da cana-de-açúçar no município.

INDEFINIÇÕES
Os quatro vereadores de Dourados que não foram presos na operação Uragano da Polícia Federal aguardam o vencimento da prisão temporária dos colegas para definir a próxima sessão, prevista para quinta-feira (9). Caso as detenções sejam prorrogadas ou sejam transformadas em preventiva, a assessoria jurídica já estuda o que deve ser feito.

No total, nove vereadores foram presos na operação que investiga fraude em licitações e esquema de mensalinho. Quatro vereadores não foram detidos – Délia Razuk, Gino Ferreira, Dirceu Longhi e Idenor Machado, o último, que entrou no lugar de Paulo Henrique Ferreira, o Bambu, que estava de licença médica. Bambu também foi detido pela Polícia Federal.