Dentro de três meses o Hospital Auxiliadora de Três Lagoas deve estar com quatro leitos para trabalhar a desintoxicação de pacientes usuários de entorpecentes e mais quatro serão destinados para pessoas com problemas psiquiátricos, segundo informação da equipe do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD).
A coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), Luciana Assi de Lima, informa que o hospital Auxiliadora, recebeu incentivo no valor de R$ 16 mil para promover as adequações em suas instalações para instalar os leitos para atendimentos aos portadores destas enfermidades. “O hospital tem prazo de três meses para concluir os trâmites”, explica Luciana.
Conforme Ludmila, no CapsAD os atendimentos são realizados de acordo com cada caso. Há pacientes que comparecem apenas meio período, outros ficam no local o dia todo e são liberados no fim do dia para voltar para casa e retornar no dia seguinte. “Eles receberão alimentação, medicamentos, tomarão banho farão a higiene pessoal, além de trocarem de roupa e contarem com atendimento multidisciplinar, como é o caso do psiquiátrico. Uma das circunstâncias que mais prende essas pessoas é a alimentação, então, utilizamos o fornecimento de refeições para manter um vínculo, e assim tentar recuperá-lo, tratá-lo”, avalia Ludmila. “Serão atendidas desde adolescentes até idosos”, completa.
Luciana lembra ainda que, nem todos os usuários de entorpecentes necessitam de internação, mesmo porque, segundo ela, a função do CapsAD não é a de internar um paciente, já que este é o último recurso. “Também é importante dizer que não podemos resgatar um dependente das ruas fazendo uso da força. Nosso trabalho é o de tentar reduzir danos, ou seja, se existe uma pessoa viciada em crack e, de repente, ela passa a usar maconha, consideramos isso redução de danos. O CapsAD não garante que o paciente deixe de usar entorpecentes”, cita a coordenadora.
Um exemplo citado por Luciana é o da gestante de aproximadamente 33 anos que, na semana passada, acabou perdendo o bebê no quinto mês de gestação, em virtude do uso de crack. “Ela era paciente do Caps-2. Tratava problema psiquiátrico. Acabou engravidando, então os medicamentos tiveram que ser suspensos para não prejudicar a gestação. Também acionamos o Conselho Tutelar do Município, por causa da gestação. É uma situação complexa, complicada de tratar, porque vai além do vício em crack. Inclusive ela foi internada no dia 16 de março e, no dia seguinte fugiu”, comenta.
A coordenadora do Conselho Tutelar, Miriam Herrera, informou que está sendo coletada assinaturas por meio de um abaixo-assinado, para solicitar junto a prefeitura, a criação de um Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos, tendo como foco do atendimento crianças, adolescentes e gestantes usuárias.