Muito se pode ouvir da palavra sustentabilidade, mas qual o significado do termo? E como ele é aplicado à realidade social? Por exemplo, a Amazônia. O que mais parece um bicho de setes cabeça, na verdade é algo fundamental para entender as relações de hoje e prever os impactos delas no amanhã. Essa temática traz até Campo Grande, a Senadora, ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva que irá debater no 23º Simpósio Brasileiro de Recursos hídricos, “A Sustentabilidade da Amazônia”.
O debate marcado para tarde do dia 23 novembro, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, colocará em pauta o conceito de sustentabilidade e a biodiversidade da floresta Amazônica. A maior área tropical remanescente do planeta, abriga não só uma imensa riqueza natural, mas também um grande poder econômico para o modelo de desenvolvimento capitalista, resultando no grande dilema: preservar e explorar.
O grande pressuposto em torno da sustentabilidade da Amazônia é aprender ocupar uma determinada área e explorar seus recursos naturais sem ameaçar a integridade ecológica do meio ambiente.
A dimensão sócioambiental da Amazônia arremata um potencial mais que significativo para o crescimento do País. Basta mencionar que a região retém 80% dos recursos hídricos do Brasil, assim como abriga diversas atividades econômicas relacionadas ao extrativismo dos bens naturais. Dentre elas é possível citar a fabricação variada de produtos de origem vegetal, que inclui desde a borracha até óleos e perfumes.
Empregar a sustentabilidade sem asfixiar o progresso colocando, sobretudo, a responsabilidade do futuro da Biosfera em primeiro lugar é o desafio proposto no debate da “Sustentabilidade da Amazônia”. Para tanto é necessário discutir um modelo de gestão ambiental que permita o desenvolvimento saudável do pais e do mundo.
Sobre o simpósio
De 22 a 26 de novembro Campo Grande será sede das mais diversas discussões em torno dos Recursos Hídricos. A 23ª edição do Simpósio Brasileiro sobre o tema vai trata do Desafio da Prática da Sustentabilidade na Gestão dos Recursos Hídricos: Natureza, Gente e Desenvolvimento.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) a estimativa é que até 2025 1,8 bilhão de pessoas deverão viver em absoluta falta de água. Isso impulsiona o desenvolvimento de técnicas e pesquisas que retardem ou evitem esse processo.
O evento promovido pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) tem como objetivo debater e plantar sementes de conhecimento que fomentem a inovação e o incentivo às práticas em prol da gestão democrática, participativa, descentralizada e integrada dos recursos hídricos.
Para a presidente da comissão organizadora do evento, a doutora em Desenvolvimento Sustentável, Synara Broch, os recursos hídricos não podem mais ser considerados apenas discursos ativistas, é preciso desenvolver um pensamento de gestão. “A água é vetor para todo o processo industrial e atividades geradoras de emprego e renda. Para produzir um quilo de papel, por exemplo, são utilizados 150 litros de água. São dados que podem nortear o rumo do consumo de água que afeta toda a sociedade. O seminário não vai apenas apontar problemas, mas buscar soluções práticas e viáveis para que continue a produção, porém, com um melhor gerenciamento da água para que, realmente, possamos promover desenvolvimento com sustentabilidade”, comenta.
Associação Brasileira de Recursos Hídricos
Fundada em 1977, a ABRH é uma instituição técnico-científica, sem fins lucrativos, com aproximadamente mil associados em todo Brasil, que tem por finalidade congregar técnicos, pesquisadores, gestores, empresários, e todas as pessoas e empresas ligadas ao planejamento e à gestão dos recursos hídricos no País. Entre suas ações, destacam-se: publicação de livros especializados; promoção de eventos internacionais, nacionais e regionais; oito Comissões que discutem temas específicos sobre recursos hídricos.
Atuando com independência, a ABRH tem procurado servir de fórum de debates e de encaminhamentos das soluções das questões na área de recursos hídricos, visando em primeiro lugar atender aos interesses da sociedade como um todo.