O Ministério da Saúde implantou a Rede Amamenta Brasil (RAB) que é uma estratégia de promoção, proteção e apoio à prática do aleitamento materno na Atenção Básica, por meio de revisão e supervisão do processo de trabalho interdisciplinar nas unidades básicas de saúde, apoiada nos princípios da educação permanente em saúde, respeitando a visão de mundo dos profissionais e considerando as especificidades locais e regionais.
Com o objetivo de contribuir para aumentar os índices de aleitamento materno no País a Rede é importante porque desenvolve as ações voltadas ao aleitamento exclusivo até os seis meses de vida do bebê e, de forma continuada, por dois anos ou mais, após a introdução de novos alimentos.
Ano passado, no lançamento da RAB, o Ministério da Saúde convidou técnicos da área para participarem da capacitação de tutores. A Mato Grosso do Sul coube quatro vagas. Desde então, já foram realizadas duas oficinas estaduais pelos tutores formados em Brasília, inclusive, com aulas práticas nas Unidades de Saúde Básicas (UBS).
Cada UBS tem um tutor responsável por acompanhar o desenvolvimento das suas ações em aleitamento materno e auxiliar nas eventuais dificuldades das equipes. Para isso, ele faz visitas sistemáticas às unidades.
As capacitações para formadores de tutores
Para a UBS integrar a Rede Amamenta é necessário que:
- garantir a participação de no mínimo 80% da equipe na Oficina de Trabalho
em Aleitamento Materno ; - monitorar os indicadores de aleitamento materno da sua área de abrangência utilizando o SISVAM web;
- concretizar pelo menos uma ação pactuada ao final da oficina;
- construir e implementar fluxograma de atendimento à dupla mãe-bebê no período de amamentação.
De acordo com a gerente técnica do setor de Aleitamento Materno e Saúde da Criança, da SES, Fátima Cardoso Cruz Scarcelli, “a rede amamenta é uma estratégia da Atenção Básica para melhorar a prevalência do aleitamento materno intensificando ações de sensibilização e orientação sobre a importância durante o prénatal, pósnascimento e com o envolvimento da família e da comunidade”, afirma.
Leite Materno
O alimento mais saudável e recomendável pelos médicos nos primeiros seis meses de vida de uma criança é o leite materno. Ele é composto por:
- Carboidratos (de 35% a 44%) – fonte de energia. Os mais importantes são a lactose e os oligossacarídeos prebióticos;
- Gorduras (de 35% a 58%) – fonte concentrada de energia. Rica em ácidos graxos importantes para o desenvolvimento do cérebro, da retina e dos tecidos nervosos;
- Proteína (de 5% a 7%) – fonte de aminoácidos importantes para o crescimento e desenvolvimento da criança;
- Cálcio e Fósforo – atuam na formação dos ossos e dentes;
- Vitamina A – envolvida nos processos de crescimento, desenvolvimento visual e integridade do sistema imunológico;
- Ferro – previne a anemia.
- Para a criança: mamando exclusivamente nos primeiros seis meses e mantendo o aleitamento materno por dois anos ou mais, a criança tem melhor qualidade de vida, menor risco de adoecer e morrer, e maior possibilidade de estabelecer um bom vínculo afetivo com sua mãe;
- Para a mulher: amamentando mais, ela tem menos riscos de ter complicações após o parto, câncer de mama e ovários e de desenvolver diabetes;
- Para a família: quando a criança é alimentada ao seio, a família economiza e seus laços afetivos são reforçados;
- Para os profissionais: a inserção da unidade na Rede implica em aumento das competências dos profissionais de saúde em aleitamento materno e no estímulo pela busca por mais conhecimento;
- Para o SUS: com o aumento das taxas de aleitamento materno, há redução de agravos à saúde das crianças e das mulheres. O País terá cidadãos mais saudáveis, evitando gastos com remédios e internações hospitalares.