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Mundo precisa manter apoio à reconstrução do Haiti, diz ONU

Comida e remédios são prioridade na assistência

A comunidade internacional deve manter seu apoio para que o governo e o povo do Haiti se recuperem do terremoto, assim como garantir a proteção dos que ficaram em uma situação altamente vulnerável após o desastre, segundo uma resolução aprovada hoje na ONU.

O documento, adotado por consenso no Conselho de Direitos Humanos, reunido em sessão extraordinária sobre a situação no Haiti, afirma que o governo haitiano deve estabelecer as prioridades do país no processo de recuperação e reconstrução.

O Brasil, promotor da iniciativa, ressaltou a importância do respeito à soberania do país, assim como a preocupação com a situação de grupos especialmente vulneráveis, como crianças, mulheres, deslocados, idosos, deficientes e feridos.

A embaixadora do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), Maria Farani, destacou algumas iniciativas que já estão em andamento no Haiti para acelerar a recuperação do país, como o programa que permite entregar dinheiro e comida em troca de trabalho. Também ressaltou a importância das ações destinadas a proteger as crianças da violência, abuso e exploração, a garantir que os menores que foram separados de suas famílias voltem a se reunir com elas e oferecer amparo aos que ficaram órfãos.

Em representação ao Haiti, o diplomata Jean-Claude Pierre, convidou o Alto Comissariado da ONU sobre Direitos Humanos a identificar áreas de cooperação "que vão pela reconstrução e pelo desenvolvimento econômico" de que o Haiti precisa.

Comida

Conforme a ONU, "centenas de milhares" de pessoas ainda precisam de comida e abrigo no Haiti e já foram registrados os primeiros casos de tétano e suspeitas de sarampo –doenças contra as quais uma campanha de vacinação começará na próxima semana.

"As provisões são distribuídas em todas as zonas afetadas, mas as necessidades são maiores", afirma o mais recente relatório do braço humanitário da ONU (Ocha, na sigla em inglês). O documento argumenta que são necessários "milhares de fornos" para poder passar da distribuição de alimentos prontos para o consumo à provisão de comida que precisa ser cozida, como arroz e feijão.

Até agora, foram distribuídas 3,6 milhões de refeições a 458 mil pessoas, das quais cerca de 300 mil estão em Porto Príncipe, onde há um grande aumento dos beneficiados (40 mil a mais nas últimas 48 horas).

ONU

Pelo menos 83 funcionários das ONU morreram no desabamento do prédio da missão de paz da organização em Porto Príncipe, a Minustah, provocado pelo terremoto do dia 12. Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, outros 32 funcionários continuam desaparecidos, 15 dias após a tragédia.

"O balanço definitivo ainda é desconhecido. Quanto às Nações Unidas, confirmamos 83 mortos e 32 desaparecidos", disse Ban.

Ontem (27), o presidente haitiano, René Préval, afirmou que "quase 170 mil" corpos já foram contabilizados.