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ONS confirma invasão de site por hackers dois dias após apagão

Segundo eles nada foi danificado, pois o ONS detectou o problema rapidamente

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) confirmou na tarde desta segunda-feira a invasão da rede corporativa do órgão na última quinta (12), dois dias após o blecaute que atingiu 18 Estados. De acordo com o órgão, o pirata virtual "demonstrou que poderia entrar no sistema", mas nada foi danificado, pois o ONS detectou o problema rapidamente.

O ONS negou, entretanto, que o site operacional do órgão –que controla os serviços de transmissão de energia elétrica– tenha sido invadido, já que este sistema é controlado apenas por comandos de voz. Ainda segundo o órgão, o fato não tem nenhuma relação com o apagão da semana passada.

Reportagem da Folha de hoje revela a vulnerabilidade do site do ONS à invasão de hackers. As falhas, entretanto, foram corrigidas na sexta-feira (13).

De acordo com a reportagem, setores do site permitiam identificar programas internos usados pelo órgão para armazenar dados. À Folha o ONS e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), entre outros órgãos governamentais, haviam negado a possibilidade de ataques por meio da internet aos sistemas de empresas de energia.

A vulnerabilidade no sistema do ONS, no entanto, ficou disponível a quem tivesse interesse de provocar problemas nos computadores do órgão.

Curto-circuito

O Ministério de Minas e Energia afirmou nesta segunda, em nota, que um curto-circuito foi o motivo do blecaute que deixou 18 Estados sem energia na última terça-feira. De acordo com o ministério, o curto-circuito derrubou três linhas de alta tensão e foi o responsável pelo desligamento da usina de Itaipu. Com a perda da usina binacional, segundo a nota, outras usinas foram desligadas por questões de segurança.

O ministério voltou a afirmar que, no momento do blecaute, a região de Itaberá (SP) registrava chuva intensa, ventos fortes e descargas atmosféricas. A pasta também reafirmou que os consumidores que tiveram aparelhos queimados pela queda de energia têm até 90 dias para cobrar o ressarcimento das suas concessionárias.

Segundo informações do ministério, um grupo de trabalho do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico vai buscar medidas que "aumentem o grau de segurança e confiabilidade do sistema interligado de fornecimento de energia elétrica".