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Operários estão sendo demitidos pelo Consórcio da UFN3

Visando redução de custos, empresa estaria enxugando o quadro de trabalhadores

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Nos últimos 15 dias, cerca de 500 funcionários que prestavam serviço para o Consórcio da UFN III na construção da fábrica de fertilizantes da Petrobras, em Três Lagoas, foram demitidos. Esse número foi informado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil, Imobiliário e Cerâmico de Três Lagoas (Sintricom), Gilson Brito Frazão. 

Entretanto, segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil Pesada (Sintiespav), José Cleonildo, esse número é bem maior chegando na casa de mil demissões no último mês. “Teve dia em que chegamos a fazer 60 homologações em um só dia. O volume de demissões tem sido grande, porém em alguns casos, em razão do pouco tempo em que o funcionário estava na obra, não é feita homologação no sindicato”, comentou.
 
O Jornal do Povo conversou com mais dezenas de trabalhadores que foram demitidos e que estavam na tarde de ontem, em frente à sede do Consórcio da  UFN III, os quais informaram que a empresa está reduzindo o quadro de trabalhadores,  porque precisa reduzir temporariamente custos, por isso, as demissões. Segundo eles, a empresa que estava com mais de oito mil trabalhadores no canteiro de obras, devereduzir para cinco mil esse número nos próximos dias. Outros trabalhadores comentaram que pediram para sair, já que a empresa não estaria pagando mais hora-extras e o salário pago pelo consórcio, não era mais atrativo.
 
Ainda de acordo com os trabalhadores, nos últimos dias vários deles ficaram parados por falta de material para execução da obra. Eles informaram que, a empresa que fornece os materiais para as tubulações não estaria disponibilizando o produto por falta de pagamento. O advogado do Consórcio UFN III, Marcos Cruz, por sua vez, disse que,uma obra com um fluxo de caixa, altera o seu andamento, mas “não temos conhecimento de que tenha fornecedores sem receber, mas um atraso ou outro pode acontecer”, comentou.
 
Quanto às demissões, o advogado não precisou o número exato de trabalhadores que foram demitidos. Entretanto, disse que é normal, pois é uma redução programada e a obra está dentro do cronograma normal. Entretanto, segundo alguns trabalhadores, o Consórcio está priorizando a parte das caldeiras, já que essa deve entrar em funcionamento primeiro, antes mesmo do término total das obras. A previsão, é que a fábrica de fertilizantes entre em operação em outubro desse ano, porém a obra como um todo não será concluída dentro desse prazo.


REAJUSTE
Quanto ao reajuste salarial de 15% que os trabalhadores do Consórcio da UFN III estão reivindicando,  Marcos Cruz disse que é um absurdo, já que a correção da inflação foi de 5%. Apesar disso, destacou que espera que ambos cheguem a um acordo. “Vamos buscar um acordo que seja satisfatório para os trabalhadores e também para a empresa”, ressaltou.
 
Quanto à possibilidade de uma greve, caso não cheguem a um acordo, disse que esse é um direito dos trabalhadores. Entretanto, entende que a greve só deve ocorrer em casos extremos.