O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA contraiu-se 2,4% em 2009, a maior queda anual desde a de 10,9% registrada em 1946, há 63 anos. A recuperação do país, porém, surpreendeu as estimativas. A economia cresceu a uma taxa anual de 5,7% no quatro trimestre do ano passado, superando a previsão média de analistas consultados pela Dow Jones, de expansão de 4,8%.
No terceiro trimestre, o PIB norte-americano havia crescido 2,2%, depois de um ano de contração.Em 2008, o PIB dos EUA havia se expandido 0,4% e em 2007, 2,1%.
As vendas finais reais de produto doméstico – que são o PIB menos a variação dos estoques privados – cresceram a uma taxa anual de apenas 2,2% no quarto trimestre, depois de aumentarem 1,5% no terceiro. As empresas reduziram seus estoques no quarto trimestre em US$ 33,5 bilhões, muito menos do que as reduções de US$ 139,2 bilhões e de US$ 160,2 bilhões promovidas no terceiro e segundo trimestres, respectivamente.
Esse ritmo menor da diminuição dos estoques acrescentou 3,39 pontos porcentuais ao PIB no quarto trimestre.
Consumo
O gasto com consumo contribuiu com 1,44 ponto porcentual para o desempenho do PIB norte-americano no quarto trimestre de 2009. O gasto é o maior componente do PIB e por isso é considerado o grande motor da economia dos EUA. O relatório do Departamento do Comércio mostra que o gasto com consumo subiu 2% no quarto trimestre. No terceiro trimestre, o gasto havia subido 2,8% com a ajuda do programa de subsídios do governo para troca de carros usados por novos.
"Os gastos das famílias estão se expandindo a uma taxa moderada, mas continuam limitados pelo mercado de trabalho fraco, pelo crescimento modesto da renda, pela queda na riqueza das residências e pelo crédito apertado", disseram esta semana as autoridades do comitê de política monetária do Fed.
O relatório do PIB divulgado nesta sexta-feira pelo Departamento do Comércio, por sua vez, mostrou também que o núcleo do índice de preços PCE, que exclui os preços voláteis de energia e alimentos e é monitorado atentamente pelo banco central, subiu 1,4% no quarto trimestre, após subir 1,2% no terceiro trimestre. O índice de preços de gastos com consumo pessoal subiu 2,7%, depois de avançar 2,6% no terceiro trimestre.
Outro componente do PIB, o investimento fixo em moradia cresceu 5,7% entre outubro e dezembro. No terceiro trimestre, havia disparado 18,9%. Os construtores estão atuando com o crédito fiscal do governo estimulando a compra de casas novas.
Os gastos do governo federal no quarto trimestre aumentou 0,1%, após subir 8% no terceiro trimestre. Os gastos dos governos estaduais e locais caíram 0,3%, quarta queda em cinco trimestres.
O comércio internacional também deu um impulso ao PIB. As exportações cresceram 18,1%, enquanto as importações aumentaram 10,5%. Os gastos das empresas, por sua vez, subiram 2,9% no quarto trimestre, após caíram 5,9% no terceiro trimestre.