Entre os dias 14 e 21 de dezembro acontece em todo o Brasil a Semana Nacional de Mobilização para Doação de Medula Óssea. A data foi instituída este ano, por lei federal, para esclarecer sobre a doação de medula óssea e estimular a captação de doadores. Em Mato Grosso do Sul, a Hemorrede está intensificando o atendimento em todas as unidades para registrar novos interessados em se credenciar à doação. Na quarta-feira (16), acontece em Campo Grande um dia especial de mobilização, na Praça Ari Coelho, entre 7h e 17h.
A Unidade Móvel do Hemosul estará na Praça fazendo o cadastro, que consiste no preenchimento de um formulário, e coleta de 5 ml de sangue. Esse material será utilizado para a identificação, em laboratório, das características genéticas. “É uma análise semelhante à tipagem sanguínea, só que mais específico”, explica a responsável pelo Setor de Medula do Hemosul, Lucéia Maria Fernandes da Silva. Podem ser doadoras pessoas entre 18 e 55 anos. Para fazer a coleta não é necessário estar em jejum.
Os dados dos potenciais doadores são inseridos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que atualmente conta com 1,3 milhão de pessoas cadastradas e é o terceiro maior do mundo. Embora pareça uma quantidade grande, o número ainda é insuficiente para garantir boas chances de um transplante aos pacientes que sofrem de doenças que afetam as células do sangue, principalmente a leucemia. “Temos quase cinco mil pacientes aguardando doador, porque não são compatíveis com nenhum dos cadastrados”, conta Luceia Silva.
Reforçar o cadastro de doadores ajuda a aumentar as possibilidades dos pacientes. A maior chance de compatibilidade está entre irmãos filhos do mesmo pai e da mesma mãe, e ainda assim, com um índice entre 25% e 30%. Entre pessoas sem parentesco, a possibilidade cai para uma em cada cem mil, por isso é preciso aumentar o banco de doações.
Como se cadastrar
O cadastro para se tornar doador voluntário de medula óssea pode ser feito a qualquer momento, em diversas unidades da Hemorrede. Nesta Semana Nacional de Mobilização, outros locais estarão fazendo os cadastramentos.
Na Capital, o doador pode procurar os bancos de sangue do Hospital Regional, Hospital Universitário e Santa Casa, que rotineiramente já prestam esse atendimento. Nas cidades de Corumbá, Ponta Porã, Dourados, Paranaíba e Três Lagoas, o atendimento acontece nos Núcleos Hemoterápicos.
Nas cidades de Aquidauana, Coxim e Naviraí há as Agências Transfusionais – que fazem a armazenagem e distribuição de componentes sanguíneos-, e nesta semana especialmente também estarão fazendo o cadastro e coleta de amostras de sangue de doadores de medula.
Doação
A doação de medula óssea é efetivada depois de uma série de exames para comprovar que há 100% de compatibilidade entre o doador e o receptor. Antes da doação, o doador faz um rigoroso exame clínico incluindo exames complementares para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas.
A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por tutano. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. A medula óssea nada tem a ver com a medula espinhal, que formada de tecido nervoso dentro da coluna vertebral e tem como função transmitir os impulsos nervosos, a partir do cérebro, para todo o corpo.