O ministro da Educação, Camilo Santana, cumpre agenda em Dourados (MS) nesta terça-feira (30). Às 10h30, ele inaugura o prédio da Reitoria do Campus Unidade II da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). À tarde, às 14h, visita as obras da segunda etapa da Unidade da Mulher e da Criança (UMC) do Hospital Universitário.
A cerimônia, porém, ocorre em meio a críticas de estudantes e representantes indígenas sobre a realidade da instituição.
De acordo com o secretário de Formação Política do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Gabriel dos Santos, a inauguração não reflete a situação dos demais prédios da universidade.
“A UFGD está sucateada. Temos cursos sem professores, problemas de estrutura e cortes orçamentários. Foram mais de R$ 30 bilhões retirados, e apenas R$ 400 milhões recompostos para propaganda do governo”, afirmou.
Gabriel destacou que as reivindicações já foram apresentadas em reuniões e ofícios à Reitoria, mas a resposta tem sido a falta de verba.
“O DCE não tem rabo preso com nenhum partido. Vamos sempre defender os interesses dos estudantes e lutar pela recomposição orçamentária e pelo respeito à ciência”, completou.
O movimento indígena também participou da mobilização. Para Sidimar Guarani Kaiowá, representante do movimento universitário indígena, a UFGD deve ser vista como território tradicional e espaço de afirmação cultural. Ele reforçou a necessidade de melhorias nas bolsas estudantis e apoio específico aos acadêmicos indígenas.
“Pedimos que a bolsa do MEC seja paga em 12 parcelas anuais, e não apenas seis. Também precisamos de uma casa de alternância, para acolher estudantes indígenas vindos de outras localidades”, disse.
Além das pautas estudantis, o DCE manifestou apoio às retomadas Guarani Kaiowá, destacando a defesa dos territórios tradicionais frente a conflitos agrários.
A visita de Camilo Santana ocorre em um cenário de contraste, enquanto o governo federal busca mostrar avanços em infraestrutura, estudantes e comunidades locais denunciam a precariedade do ensino superior na região.
Até o fechamento da reportagem a UFGD não respondeu aos nossos questionamentos. O espaço segue aberto.