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Três Lagoas, 20 de maio

10 dicas para criar um hábito de leitura

Não se culpe, não se cobre e procure

Por Redação
12/05/2020 • 16h13
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Xô, culpa!

Passo número um (para a vida também): não se culpe se você não é a pessoa mais ligada em literatura do mundo. Quanto mais você deixar esse sentimento permanecer em você, mais afastada dos livros você vai ficar. Está tudo bem!

Não se cobre de nada

Forçar uma leitura não faz bem nem para você, nem para o livro. Se você começou a ler algo que "todo mundo diz que é incrível", mas você não gostou, paciência. Nem todo mundo precisa gostar das mesmas coisas (ainda bem!). Feche o livro e deixe ele guardado por uns dias, meses ou até anos. Quem sabe o seu "eu" do futuro não passa a gostar. A leitura evolui com a gente. Ler Clarice Lispector aos 14 anos na escola é completamente diferente de ler aos 27 e de ler aos 40.

Sem linha de chegada

Se você tem uma amiga ou um crush que lê assiduamente, mas você não é essa pessoa: respira! Isso não é uma competição. Ler é um ato de prazer. Se você coloca isso como uma obrigação (note que isso é diferente de um hábito – você pode ler todos os dias, ler dia sim e dia não, ler três vezes por semana, o que torna a atividade despretensiosa), vai ficar muito difícil para você de fato compreender tudo o que aquele livro quer te ensinar.

Reserve um tempo

Ler não é ficar no celular, com a TV ligada, lavando louça. Esquece o multitasking. Reserve alguns minutos (ou horas) do seu dia só para isso. E faça um ritual, como se faz para o momento de autocuidado: sente ou deite onde te deixa confortável, acenda uma vela ou um incenso (por que não?), respire fundo e leia. Se naquele dia você conseguiu 10 minutos, leia algumas páginas. Se você conseguir mais tempo, leia mais capítulos. Um dia não precisa ser igual ao outro. Não "robotize" o momento de prazer. Ah! E perceba quais horários do dia você mais gosta de ler: é durante o café da manhã? Depois do almoço? Antes de dormir? Todas as anteriores? Isso ajuda bastante.

Tenha um lápis sempre por perto

Podem me julgar quem quiser, mas eu sou o tipo de leitora que rabisca o livro sim. Afinal, eu acredito que os livros não são obras de arte intocáveis e que elas não terminam no que o autor escreveu – caso contrário, os livros jamais seriam publicados. Eles são uma obra contínua. Sua percepção sobre a história, sobre o capítulo, sobre uma frase pode te render insights para a vida e/ou o trabalho. Então, anote, grife, marque as páginas, identifique o que te tocou. Se for a sua vibe, você pode até criar um diário de leitura, para anotar as suas impressões (positivas ou negativas) de cada obra. Garanto que a leitura ficará muito mais envolvente e enriquecedora.

Comece por onde gosta

Se você não tem um hábito de leitura ou não costuma gostar dos livros grandões, não vai começar por Os Irmãos Karamazov, de Fiódor Dostoiévski, certo? A chance de você não se conectar com a obra é gigante e, por consequência, desistir do hábito de leitura. E existem momentos e momentos para ler determinados livros. Portanto, comece por aquilo que você tem 100% de certeza que vai se conectar. Procure por autores que tenha afinidade, histórias que te pareçam interessantes, gêneros que te incitam curiosidade e por aí vai.

Cada livro é único

Ler poesia é diferente de ler um drama, que é diferente de ler teoria e assim por diante. Você pode devorar um livro em poucas horas ou ficar meses lendo a mesma obra. Isso acontece porque cada gênero literário e cada autor vai te "exigir" uma atenção diferente. O que pode te ajudar a compreender as especificidades dos livros é pesquisar um pouco sobre a obra, a época histórica em que foi escrito e quem escreveu.

Leia autores diferentes

Chimamanda Adichie disse em um TED Talk que existe o perigo em uma história única. E ela não poderia estar mais correta. Quanto mais você ler livros de autores de um mesmo perfil (ex: homens, brancos, europeus), menos olhares sobre o mundo e a vida você terá contato. O perigo da história única é, justamente, o perigo de um único ponto de vista. Por isso, leia autores de outros países, mas leia os brasileiros também, para conhecer a própria história; leia mulheres, leia mulheres negras; leia autores de culturas diferentes, de origens diferentes da sua.

Mescle os conteúdos

Se você quiser ler mais de um livro ao mesmo tempo, é ideal que eles sejam bem diferentes. Dose entre gênero literário (ex: romance e ficção científica) ou épocas (ex: clássico e contemporâneo): isso ajuda a manter o foco em ambos os livros e não deixa a mente se confundir com o conteúdo abordado em cada um. E mesmo que você leia um livro por vez, é interessante fazer esse revezamento para você não enjoar ou não ficar viciado em um tipo de escrita.

Estabeleça metas

Sim, é interessante ter metas de leitura. Não, já falamos que isso não é uma competição. Faça isso com você mesma. Leia um livro por mês (são 12 livros por ano, olha só!), proponha-se a ler mais autoras mulheres por determinado período, desafie-se a ler livros de países africanos, asiáticos ou do leste europeu. A listinha que você fizer não é para te causar ansiedade e sim para te mover a conhecer outros universos dentro da literatura. Uma boa dica aqui é entrar para um clube do livro – eu tenho um, Eu Prefiro uma Heroína, se quiser participar, me escreve lá no Instagram (@pjaycob). Ler com outras pessoas para discutir a obra depois é um dos incentivos mais prazerosos que existe.

Fonte- Revista Glamour 

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