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Desmame não precisa ser traumático e pode ser feito de forma gradual e gentil

Vínculo entre mãe e filho pode ser estabelecido de outras formas e não precisa ficar restrito ao momento da amamentação

ALEGRIA > Momento da amamentação precisa ser prazeroso para mãe e bebê - Divulgação
ALEGRIA > Momento da amamentação precisa ser prazeroso para mãe e bebê - Divulgação

O leite materno é o principal alimento que um bebê precisa receber, pelo menos, até os seis meses de vida. De acordo com a rede internacional em defesa do direito de amamentar, o aleitamento pode prevenir a morte de 20 mil mulheres e mais de 800 mil crianças por ano. 

O momento da amamentação deve ser prazeroso tanto para a mãe quanto para o bebê. E é por este motivo que a fase do desmame, que é quando a mulher decide parar de amamentar, deve ser tratada com muita delicadeza.

Michelle Gonçalves é enfermeira e mãe da Maria que hoje tem quatro anos e mamou até os três. A caminhada até o fim da amamentação, segundo ela, foi feita de forma gradual e gentil. “Com as crianças tudo tem que ser feito de forma bem lúdica. Eu limitei as mamadas durante o dia e à noite dizia que o ‘tetê estava guardado e ia dormir’”. Ela conta que usou um livro para explicar também que só poderia mamar depois que o sol nascesse. 

Muitas mães relatam que têm medo de perder o vínculo com a criança depois de parar a amamentação. Com Michelle não foi diferente, porém ela explica que conseguiu ressignificar esse período. “Eu tive medo sim, mas não me senti culpada por que no dia a dia eu percebi que eu e ela tínhamos outras formas de vínculo e que isso não precisava estar restrito ao momento da amamentação”. 

A consultora internacional em lactação, Giselly Ramos, apesar de ser especialista na área, diz que tentou desmamar a filha Helena de forma abrupta, por causa dos famosos palpites que todas as mães ouvem. “Ela estava com um ano e meio, diziam que o meu leite tinha virado água, que era feio uma criança grande mamar e isso mexeu muito comigo”. 

Ela explica que passou 24 horas longe da filha para não amamentar, todavia foram horas de muito choro e sofrimento para as duas. Por causa disso ela voltou atrás e conseguiu até prolongar o aleitamento. “Em um outro momento, quando ela já tinha mais de dois anos, estava muito cansada por que ela acordava muitas vezes à noite para mamar. Foi quando fiz o desmame noturno e consigo amamentá-la, de uma forma muito mais leve, até hoje com três anos e nove meses. Ela só pede para mamar antes de dormir e às vezes nem pede mais”. 

A Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade e de forma complementar o ideal é até os dois anos.