Subsecretária da Mulher e de Promoção da Cidadania, da Secretaria de Estado de Governo (Segov), Tai Loschi, fala sobre Políticas Públicas para as Mulheres, hoje (25) – Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. O evento, que inicia às 14 horas, no Auditório Acyr Vaz Guimarães no Instituto Histórico e Geográfico de MS, Centro da Capital, encerra às 18 horas, com a apresentação do Grupo de Capoeira Filhos de Jamaica.
Três Lagoas
Dia Internacional da Mulher Afro é celebrado com temas sobre políticas públicas e racismo
Durante o dia será realizada uma mesa de conversação com temáticas sobre as “Políticas Públicas para as Mulheres e o Enfrentamento ao Racismo”. O evento está sendo organizado por meio da ação compartilhada entre o Instituto Brasileiro de Inovações Pró-Sociedade Saudável Centro-Oeste (Ibiss/CO), através do projeto “Viva Menina da Casa da Juventude” e o Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul “Raimunda Luzia de Brito” (Cmnegras/MS), com a participação do governo estadual.
De acordo com a programação, a partir das 15 horas, a coordenadora de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso do Sul (Cppir/MS), Raimunda Luzia de Brito, argumentará assuntos sobre Políticas Públicas para Igualdade Racial.
A presidente do Cmnegras/MS, Ana José Alves Lopes, abrirá o evento com informações sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana Caribenha. Segundo ela, o dia será celebrado com uma roda de conversação entre representantes do poder público estadual, municipal e federal, com participação de mulheres quilombolas e indígenas.
“É um dia em que a gente discute as questões específicas das mulheres negras latino-americanas e caribenhas, neste ano, em ação junta com o governo estadual e o Ibiss/CO, vamos discutir as políticas públicas e o enfrentamento ao racismo”, afirmou Ana José Alves Lopes, presidente do Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul “Raimunda Luzia de Brito” (Cmnegras/MS).
Segundo Ana José, as condições das mulheres negras de Mato Grosso do Sul está no mesmo patamar das demais mulheres quilombolas de outros Estados. “A gente vê que ainda é muito lento o avanço com relação à mulher negra. Ainda não avançamos neste espaço. Temos divulgação e visibilidade, enquanto ações pontuais que a gente faz, mas com relação ao poder nós não avançamos e continuamos nas mesmas condições, na base da pirâmide", disse Lopes se referindo aos dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de 2011, onde diz que a “mulher negra recebe 50% menos que homem branco”.
Com relação ao acesso da mulher negra aos programas de políticas públicas, Ana José afirmou que esses acessos não chegam até as negras. Já quanto à questão da violência doméstica à mulher, ela diz que “a violência não se resume simplesmente à questão física. Existem também as violências psicológica e racial. E ainda, a questão da invisibilidade da mulher negra”, comentou Lopes, ao explicar que essa invisibilidade trata-se da ausência da mulher negra no mercado de trabalho, como por exemplo, nas empresas, nos meios de comunicação social, na publicidade e nos programas de políticas da saúde da população negra.
“Houve sim um pequeno avanço com relação à mulher negra na publicidade. Antes a gente não via uma mulher negra em propagandas publicitárias. Agora a gente vê casal de negros, crianças e mulheres negras em algumas publicidades, para atender a lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, do Estatuto da Igualdade Racial”, lembrou a presidente do Cmnegras/MS.
Já a representante do Ibiss/CO, coordenadora do projeto “Viva Menina da Casa da Juventude", Lidiane Kasiorowski Borges, explicou que o projeto é financiado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres de Brasília, em parceria com governo estadual, por meio da Subsecretaria da Mulher. É voltado para o empoderamento das meninas. Em Mato Grosso do Sul o projeto atende duas comunidades, sendo elas a comunidade indígena “Darcy Ribeiro”, de Campo Grande e a comunidade negra quilombola de Furnas do Dionísio, de Jaraguari. São meninas com idade de 12 a até 22 anos.
“O projeto visa empoderar as meninas frente aos direitos sexuais reprodutivos e também o protagonismo juvenil. A gente realiza oficinas temáticas e de artes”, informou Lidiane, lembrando que a atividade da mesa de conversação das mulheres está sendo realizada em conjunto com o Cmnegras. “É uma atividade, do projeto, que a gente realiza para discutir as políticas para as mulheres e o enfrentamento ao racismo”, afirmou ela ao informar que as meninas indígenas e quilombolas (aproximadamente 33 meninas), integrantes do projeto, também participarão da roda de conversação durante o evento. “É muito importante para as meninas terem conhecimento sobre esse dia internacional de luta das mulheres, para elas obterem mais conhecimentos e valorização”, concluiu.
Casa da juventude
De acordo com Ibiss/CO, o Programa Casa da Juventude (Caju) reúne sete projetos com enfoque na criança e no adolescente. Com metodologia participativa e inovadora, na qual os meninos e meninas são protagonistas do seu futuro, desenvolve ações diretamente nos locais onde os jovens se encontram: escolas, bairros, aldeias, comunidades quilombolas, assentamentos rurais, programas sociais, praças e ruas.