Foi lançada ontem, quarta-feira de Cinzas, a Campanha da Fraternidade de 2014, que apresenta o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”, cujo lema será: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. A escolha do tema surgiu com a proposta dos Grupos de Trabalhos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e de Combate ao Trabalho Escravo, junto à Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e entidades ligadas à Pastoral da Mobilidade Humana.
Três Lagoas
Igreja inicia Campanha da Fraternidade
O tema surgiu com proposta dos Grupos de Trabalhos de Enfrentamento, Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo
O objetivo principal da campanha deste ano, de acordo com o bispo da Diocese de Três Lagoas, Dom José Moreira Bastos Neto, é debater a questão do tráfico humano no país e no mundo, que segundo estatísticas são alarmantes. De acordo como a Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil o tráfico de pessoas faz cerca de 2,5 milhões de vítimas por ano, incluindo homens, mulheres e crianças, consideradas pessoas vulneráveis e carentes, sob o aspecto psicológico e de recursos financeiros.
“Por esse motivo, a igreja católica entrou no tema, cujo texto básico na igreja católica encontram-semuitas fundamentações bíblicas e documentais dela própria. Como no Brasil em Três Lagoas não será diferente. Suponho que essa campanha vai despertar muito interesse, pois aqui temos grandesempresas que oferecem empregospara os que vêm de fora, mas, às vezes não conseguem um emprego, e acabam por se sujeitar a coisas pequenas, talvez”, comentou o bispo.
D. Moreira, destacou que o lançamento oficial da campanha foi ontem, mas que no dia a dia o tema será debatido em reuniões, em cursos, em encontros, com exposição e quadros e apresentação de vídeos para poder dar conhecimento da questão do tráfico humano que, segundo ele,“não está longe de nós”. “Às vezes, em alguma paróquia, onde o padre for mais dinâmico, talvez ele consiga falarsobre esse tema com o seu público ouvinte”, frisou.
QUARESMA
Quanto ao início da Quaresma, Dom José Moreira explicou que esse é um período dedicado à reflexão, às penitências e para recordar a lição que Jesus nos deixou, quando ficou40 dias jejuando no deserto, em oração. “O objetivo principal é a renúncia de alguma coisa, pode ser a carne, pode ser da novela, para muitos pode ser da cerveja, do cigarro, ou seja, daquilo que você gosta mais e tem coragem de renunciar.
Mas, o exemplo da abstinência de comer carne é uma coisa que ficou para a Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira da Paixão, porém, mesmo assim, se a pessoa precisa consumi-la por uma questão de saúde, há a alternativa em trocar por outro alimento”, explicou.
Outra questão destacada pelo bispo é a caridade. “Se eu não doo o que renunciei, vira acúmulo. As mulheres, por exemplo, fazem o jejum para fazer o regime. A intenção não é essa, mas sim renunciar o que eu tenho direito de possuir ou consumir e doar esse valor para alguém. Este é um período de oração, um tempo mais de reflexão… Então, o espírito quaresmal é essa volta para Deus. E, volta para o próximo, na medida em que você se converte para Deus”, comentou.
PAPA
Em mensagem que enviou aos fiéis no início do período da Quaresma, o papa Francisco pediu ontem, aos brasileiros que se mobilizem contra "a praga social" que representa o tráfico de seres humanos, pois "a dignidade é igual para todos. Cristo nos libertou para que sejamos livres". Assim, o papa Francisco pediu em sua mensagem aos brasileiros que se mobilizem contra a praga social que representa o tráfico de seres humanos, já que Deus pediu ao mais necessitado para ser livre, mas também, ajudar a serem livres seus irmãos.