A falta de mão de obra em Três Lagoas é o maior desafio a ser enfrentado no setor industrial, segundo informou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marco Garcia de Souza. Além da dificuldade para o preenchimento de vagas na área da construção civil, o município enfrenta também o problema para conseguir mão de obra para trabalhar dentro das indústrias. Na manhã de ontem, o secretário participou do RCN Notícias da Rádio Cultura FM (106, 5 Mhz) e falou sobre a situação do setor.
Segundo dados da secretaria, Três Lagoas conta com 53 indústrias de médio e grande porte, as quais geram cerca de nove mil empregos diretos. Marco Garcia disse que em todas existe o problema da falta de mão de obra. Por esse motivo, ele entende que o município precisa continuar recebendo trabalhadores de outras cidades.
O secretário ressaltou que muitos empresários chegam ao município, atraídos pela logística da cidade, pelos incentivos fiscais oferecidos e pelas oportunidades de investimento. Entretanto, ultimamente, têm esbarrado na dificuldade de conseguir mão de obra. Essa situação, segundo ele, tem atingido inclusive o comércio. “Os empresários preferem contratar pessoas daqui, até pela questão da responsabilidade social. O custo por trabalhador é menor e as empresas não precisam comprar e nem alugar casas para hospedá-los. Trazer pessoas de fora gera um custo muito alto, mas devido à falta de mão de obra local, isso acaba acontecendo”, salientou Marco Garcia.
QUALIFICAÇÃO
Outro exemplo citado pelo secretário são os cursos de qualificação profissional oferecidos pela Petrobras, em Três Lagoas. Mesmo os interessados sendo remunerados, as vagas não são preenchidas com facilidade. “As pessoas vão ganhar para fazer um curso de qualificação, diferente de outros lugares, onde elas pagam. E mesmo assim, existe a dificuldade para a contratação de pessoal. Por essa razão, digo que esse é o maior desafio a ser enfrentado na cidade”, frisou.
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Como alternativa à problemática, algumas empresas estudam implantar unidades de produção dentro dos presídios. Com isso, conseguiriam pessoas para trabalhar e ainda contribuiriam com a ressocialização dos detentos, os quais poderiam ser empregados pela própria indústria após cumprir pena. Uma das empresas interessadas em realizar esse tipo de trabalho nas unidades penais da cidade é do ramo de refrigeração. Entretanto, ainda não há nada confirmado.
Questionado se o salário pago pelas indústrias não contribui para a falta de funcionários no setor, Marco Garcia disse que isso poderia servir como argumento há 10 ou 15 anos. De 2007 para cá, segundo o secretário, o salário da indústria dobrou. A média salarial, que era de R$ 800, passou para R$ 1.500. “A média está acima da inflação. Isso é importante para o município, pois quanto maior for o salário pago aos trabalhadores, melhor será para o aquecimento da economia”, destacou.
FEIRA
O secretário também falou sobre a polêmica em torno dos R$ 250 mil que a Prefeitura vai gastar para locação de um estande na Expo-MS, que acontecerá em maio, em Campo Grande.
Conforme Garcia, em 2010 o município participou e pagou o mesmo valor. Ele afirmou que ter um espaço no local é encarado como um investimento e que traz muito retorno para Três Lagoas. “Além da Prefeitura, as grandes indústrias que estão instaladas na cidade também estarão participando do evento. A feira é uma grande oportunidade para mostramos o potencial do município e dos empreendimentos aqui implantados”, salientou.
Depois da participação na última Expo-MS, o secretário informou que mais sete indústrias vieram para a cidade. “A Fiems [Federação Nacional da Indústria] é uma grande parceira da cidade. É só olhar os benefícios que recebemos. Uma nova escola do Sesi será construída no município, o Senai está passando por ampliação, diversos cursos de qualificação são oferecidos na cidade, entre tantos outros investimentos que a federação disponibiliza”, comentou.
