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Três Lagoas

Jornalista gaúcho promove ?Jornada contra Corrupção?

A intenção dele é produzir uma espécie de corrente de indignação contra a atual situação do país

Miral segura um cartaz contra a corrupção durante a entrevista -
Miral segura um cartaz contra a corrupção durante a entrevista -

O jornalista Miral Pereira dos Santos, de 68 anos, percorre o Brasil em uma “Jornada contra a corrupção”. A intenção dele é produzir uma espécie de corrente de indignação contra a atual situação do país e mudar os rumos da história. Foi criado até um slogan para a peregrinação, chamado de “uma jornada para convocar os espertos para uma cruzada contra os espertos”, segundo ele.

Essa não é a primeira jornada que o gaúcho, natural de Carasinho (RS), promove. Desemprego, transgênicos e outros, também já foram assuntos na “pauta” de Santos. A primeira foi em 1992, e teve os aposentados como foco. Segundo ele, uma pesquisa revelou que R$ 70 bilhões de reais são desviados dos cofres públicos por ano. O jornalista afirma que hoje em dia, semelhanças existem com a pior época vivida pela nação. “Vivi todo o período da ditadura. Existem semelhanças com aquele tempo. A elite segue no poder.

A corrupção aumentou, a exclusão social é grande. Esse país precisa de um choque ético”, destacou. Santos acredita que o estado em que o Brasil se encontra é tão grave, que fez uma comparação, no mínimo, irônica. “O Brasil em certos setores parece um banco de sangue entregue a vampiros”, frisou. Contando com o apoio de sindicatos, prefeituras e até veículos de imprensa, o jornalista segue pelo país com a jornada, que depois de Três Lagoas vai até Rondonópolis e tem ponto final marcado para Roraima. Esperando a união das pessoas em torno da causa, ele acredita que pode melhorar o país. “Indignação e entusiasmo são contagiantes. Precisamos provocar uma epidemia. Necessitamos de otimismo, claro que dá para melhorar. Mas para que isso aconteça, temos que acabar com a indiferença dos brasileiros”, salientou.

O gaúcho aponta como causas da corrupção o egoísmo na cabeça dos seres humanos e a falta de aulas cívicas e de filosofia nas escolas, ou seja, ausência da base educacional, entre outras. Para ele, toda a mobilização da “pátria de chuteiras” durante a Copa poderia ser canalizada e utilizada para algo mais nobre. Apesar de tantas críticas, Santos preferiu não generalizar em relação à corrupção na política. “Existem políticos honestos. Não podemos jogar todos na vala da corrupção”, finalizou.

O jornalista, que carrega cadernos e pastas com recortes de jornais e outros materiais adquiridos por onde passou, e que inclusive já tem um livro publicado, está escrevendo o segundo, em que promete contar os bastidores de todas as jornadas que fez pelo Brasil.