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Saúde

Atendimento gratuito da UFMS ajuda a identificar e tratar casos de hanseníase

As consultas acontecem todas às quartas-feiras, das 7h às 11h

UFMS oferece atendimentos gratuitos à comunidade em Três Lagoas - Foto: Divulgação.
UFMS oferece atendimentos gratuitos à comunidade em Três Lagoas - Foto: Divulgação.

A Clínica Escola Integrada do Câmpus da UFMS de Três Lagoas (CPTL) integra a rede de atenção à saúde do município e oferece atendimentos gratuitos à população por meio do Programa de Eliminação da Hanseníase. As consultas acontecem todas às quartas-feiras, das 7h às 11h, realizadas por acadêmicos sob supervisão de professores, dentro do projeto de extensão Práticas de Cuidado em Hanseníase.

A hanseníase se manifesta por manchas esbranquiçadas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas, além de alterações de sensibilidade térmica, dolorosa ou tátil da pele. Também pode causar comprometimento de nervos periféricos, diminuição de pelos e suor em determinadas áreas, formigamentos, fisgadas, redução ou perda da força muscular e nódulos dolorosos em alguns casos.

Por ser infectocontagiosa, permanece como um problema de saúde pública no país. A notificação é compulsória, assim como a investigação dos contatos próximos de pessoas diagnosticadas.

Em Mato Grosso do Sul, a UFMS atua no enfrentamento da doença tanto na formação de profissionais quanto na oferta de serviços gratuitos. “Temos uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas. A Clínica Escola já está cadastrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e integra a rede municipal de atenção de forma complementar, prestando atendimento à comunidade como um compromisso social da Universidade”, afirma o professor Edirlei dos Santos, coordenador da iniciativa.

Durante os atendimentos, são oferecidas consultas de enfermagem, avaliação neurológica simplificada, avaliação de contatos e ações de educação em saúde. Santos ressalta que, embora exista tratamento e cura, o diagnóstico tardio pode causar sequelas permanentes. “O grande problema da hanseníase não é a pele, mas os nervos. A bactéria destrói os nervos periféricos. Quando a descoberta é tardia, o paciente pode chegar ao serviço com mãos em garra ou pé caído, devido ao comprometimento dos nervos”, explica.

O diagnóstico é clínico e deve ser considerado diante de manchas dormentes, perda de sensibilidade e fraqueza muscular. “Muitas vezes a mancha não incomoda. A pessoa brinca dizendo que não sente nada quando corta ou fura o local, mas isso é um sinal clássico da hanseníase”, alerta o professor.

Para receber atendimento, o interessado deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima, que fará o encaminhamento e o agendamento junto à Clínica Escola Integrada da UFMS.

Inaugurada em 2021, a Clínica Escola Integrada do CPTL, localizada na Unidade 1, ampliou os serviços neste ano. Desde agosto, oferece consultas médicas e de enfermagem para pacientes regulados pelo SUS nas áreas de clínica geral e dermatologia. Os atendimentos são destinados a casos de baixa e média complexidade, mediante agendamento e conforme a disponibilidade de vagas.

O espaço também oferece práticas integrativas e complementares, como auriculoterapia e ventosaterapia, além de atendimentos de fisioterapia voltados para pessoas com 60 anos ou mais participantes do programa Universidade Aberta à Pessoa Idosa.