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Exposição

Projeto de Três Lagoas mostra relatos de mulheres que venceram a violência

A exposição itinerante, foi realizada na Biblioteca Municipal Rosário Congro

O projeto integra o programa Dialogando Igualdades, em parceria com o Tribunal de Justiça, e busca não apenas dar visibilidade às vítimas, mas também promover uma mudança cultural. Foto: Reprodução/TVC HD.
O projeto integra o programa Dialogando Igualdades, em parceria com o Tribunal de Justiça, e busca não apenas dar visibilidade às vítimas, mas também promover uma mudança cultural. Foto: Reprodução/TVC HD.

Três Lagoas recebeu o lançamento do projeto “A Minha História dá um Livro”, uma iniciativa que reúne relatos de mulheres que venceram situações de violência doméstica e transformaram a dor em histórias de superação. A exposição itinerante, realizada na Biblioteca Municipal Rosário Congro, traz totens com depoimentos reais e também disponibiliza um e-book, acessível pelo site da Prefeitura, por meio de QR Code.

Uma das participantes, que preferiu não se identificar por questões de segurança, compartilhou como foi enfrentar o processo de cicatrização emocional.

“A ferida nunca vai deixar de existir, mas com o tempo você vai aprendendo a lidar. Eu venci isso. Foi difícil, mas hoje carrego comigo a certeza de que superei”.

O projeto integra o programa Dialogando Igualdades, em parceria com o Tribunal de Justiça, e busca não apenas dar visibilidade às vítimas, mas também promover uma mudança cultural. O juiz da Vara da Infância, Juventude e Violência Doméstica de Três Lagoas, Roberto Hipólito da Silva, destacou a relevância da iniciativa.

“A importância está na mudança de paradigma. Não queremos apenas uma justiça sancionatória, mas que promova a reconstrução de relações e o rompimento do ciclo de violência. Esse trabalho é transformador”.

Para a diretora de Proteção da Secretaria Municipal de Assistência Social, Rosemeire Cardoso de Oliveira Chaves, o projeto representa uma virada de chave na vida das participantes.

“Elas se tornam protagonistas de suas próprias histórias. A escrita é uma forma de externalizar a dor, com acolhimento e empatia da equipe do CRAM, mostrando que é possível superar”.

Além de compartilhar sua experiência, a sobrevivente deixou uma mensagem de coragem a outras mulheres que vivem situações semelhantes.

“Muitas vezes não temos apoio da família, sentimos vergonha de denunciar, mas é preciso se encorajar. O agressor oprime até fazer acreditar que não há saída, mas existe. Com ajuda e fé, é possível romper o ciclo da violência”.

O projeto, segundo os organizadores, reforça a necessidade de conscientização, apoio social e fortalecimento das políticas públicas no combate à violência contra a mulher.