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Natal, tempo de reconciliação

Leia o Editorial do Jornal do Povo, que circula neste sábado (24)

Leia o Editorial do Jornal do Povo, que circula neste sábado (24) - Reprodução/TVC HD
Leia o Editorial do Jornal do Povo, que circula neste sábado (24) - Reprodução/TVC HD

Natal enseja uma grande oportunidade para renovarmos a paz, a fraternidade e a esperança. Também é tempo de reconciliação para dissipar divergências e desentendimentos que não contribuem sob nenhum aspecto para o aprimoramento das pessoas.

Nada é irreconciliável. Basta querer. Aparar arestas com um beijo, um abraço, um gesto amistoso vale mais que palavras. Entretanto, se faz necessário que estas atitudes sejam tomadas com vontade e sinceridade. A compreensão é um dos fundamentos que serve de norte para o restabelecimento da harmonia desejada entre as pessoas.

É certo que as famílias no período natalino se reúnem para a comunhão e celebração de valores que hão de engrandecer a trajetória de cada um de seus membros em direção ao aprimoramento pessoal, além de ser momento para se demonstrar o bem querer e afeto que se cultiva no círculo familiar. Entre amigos, as trocas de mensagens também assinalam esse bem querer, que, aliás, um nutre pelo outro, já que os votos desejados invocam a proteção de Deus para os que se consideram cristãos na celebração do nascimento de Menino de Nazaré, numa reafirmação de amor e respeito ao próximo.

Os votos de felicidades e alegrias se multiplicam aos milhões pelas mensagens recebidas e enviadas. Tudo num clima de muita cordialidade. Há de se reinaugurar nesses dias o tempo da boa convivência, respeitadas as divergências, sejam elas quais forem. Não é de bom tom nestes tempos modernos nas relações interpessoais condenar quem quer que seja pela divergência de pensamento ideológico ou posição político partidária.

O mundo livre que vivemos se consolida na pluralidade que abrange e envolve pessoas nas comunidades onde vivemos. Temos que respeitá-las, sem descriminações. Cada um tem o direito de levantar a bandeira que melhor lhe aprouver, pregando e discutindo dentro das suas convicções, sem desrespeitar o próximo. Devemos conviver em harmonia e paz, mesmo divergindo, pois vivemos em um mundo civilizado que não aceita rupturas da ordem estabelecida nos preceitos constitucionais que regem a vida das pessoas.

Todos somos iguais, indistintamente, e sem descriminação de raça e cor, riqueza ou pobreza, até porque com o fim da vida tudo se reduz a pó. Nada levamos, mas é certo que podemos deixar lembranças afetivas consubstanciadas na cortesia e no respeito ao próximo, assim como pelo trabalho realizado, como legado de exemplos edificantes, os quais contribuem para o engrandecimento da pessoa e da alma, assinalando a própria existência.

O período natalino nos remete à muitas reflexões e dentre elas, cabe um balanço de como agimos e do quanto de boas ações conseguimos realizar, fazendo bom uso dos bens materiais que amealhamos e se a eles demos utilidade e até mesmo o colocamos a serviço do próximo como gesto de compartilhamento das benesses recebidas no transcorrer da própria existência. Se é tempo de reconciliação, também é tempo de reconhecermos que estamos diante de uma grande oportunidade para deixar de lado as quizilas causadoras de estremecimentos.

Que a noite de Natal de hoje no recesso do lar e no congraçamento entre todos, sirva de bálsamo para a reconciliação que tanto necessitamos para retomarmos o caminho da normalidade e da convivência fraterna. Não deixemos de elevar nossos pensamentos aos nossos governantes, rogando que sejam iluminados para a prática constante do bem e da realização em favor da evolução da nossa gente.