Solucionar problemas, promover e manter o desenvolvimento sustentável de Três Lagoas, custaria R$ 2 bilhões nos próximos 30 anos. O valor – que corresponde a quatro vezes o valor de orçamento da prefeitura da cidade para 2017 – consta do Plano de Ação Três Lagoas Sustentável, lançado nesta sexta-feira (16), após 11 meses de trabalho. O estudo, que custou R$ 1 milhão, aponta “ações prioritárias”, por exemplo, em saneamento e drenagem, transporte, saúde, gestão dos gastos públicos, impostos e autonomia financeira, entre outros.
Três Lagoas é a primeira cidade não capital, e pioneira no Mato Grosso do Sul, a possuir um plano voltado para melhorar a qualidade de vida de moradores e preparar a cidade para um desenvolvimento sustentável.
O plano foi elaborado a partir de uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Arapyaú, Instituto Votorantim, empresa Fibria, Caixa Econômica Federal e Prefeitura de Três Lagoas.
Neste ano, Fibria, Instituto Votorantim e BNDES executaram o Programa de Apoio à Gestão Pública em Três Lagoas, com o objetivo de apoiar o município na elaboração de projetos e implementações de iniciativas que contribuam para o desenvolvimento sustentável. A partir daí, nasceu o projeto Três Lagoas Sustentável, que foi desenvolvido em duas frentes: a revisão do Plano Diretor da cidade e a aplicação da Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentável (Ices), elaborada pelo BID com base em sustentabilidade ambiental, urbana, fiscal e governança e competitividade.
DESAFIOS
A proposta do BID é identificar e priorizar desafios da cidade para seu desenvolvimento. O plano vinha sendo elaborado desde novembro do ano passado, com a realização de reuniões com segmentos da sociedade, bem como uma pesquisa de opinião pública.
O processo começou com a identificação de desafios mais urgentes, por meio de uma análise de 127 indicadores, comparáveis com cidades similares da América Latina e Caribe.
Segundo Márcia Casseb, coordenadora do Ices, Três Lagoas possui grande deficiência em infraestrutura, principalmente falta de drenagem. Outro pronto destacado no lançamento do plano é a necessidade de investimentos em capacitação da mão de obra local. A cidade, conforme o estudo, recebe muitos trabalhadores de outras cidades por falta de mão de obra qualificada. Cita, também, oportunidades de aproveitamento de turismo, lazer e comércio.
Também está no plano, a necessidade de promover ocupação racional dos espaços urbano para evitar a expansão desordenada e onde não existe infraestrutura, além da necessidade de “fortalecer a gestão pública, com a participação popular, capacitação dos servidores, melhoria em gestão financeira um melhor atendimento ao cidadão, entre outras questões”.
Além das ações previstas e de valores dos investimentos necessários, o plano identifica possíveis fontes de financiamento.
O lançamento, realizado na Faculdade Aems, teve a presença do presidente da Fibria, Marcelo Castelli; da prefeita Márcia Moura (PMDB), do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, de representantes das instituições parceiras, entre outros.