Queimadas em terrenos baldios são um problema crônico em várias Cidades e Três Lagoas ainda está no cenário onde o crime ambiental acontece com freqüência, nesta época do ano. A cultura dos proprietários ou moradores se resume em querer resolver o problema do excesso de mato, ateando fogo e causando danos ambientais e riscos de incêndios incontroláveis naquela região.
Apenas este ano, duas pessoas foram autuadas pela Polícia Militar Ambiental (PMA). O número poderia ser bem maior se a população levasse as denúncias adiante. O sargento da PMA, André Luiz Quijadas Aro, enfatizou que a maioria das pessoas que liga para fazer a acusação desiste de seguir adiante na denúncia, pois não quer se comprometer.
“O fato é que essa desistência incorre justamente na continuidade do problema. As pessoas precisam entender que esse é um crime ambiental passível de multa e até prisão se o individuo for pego em flagrante”, salientou.
O sargento destaca ainda que após a aplicação das multas – feitas este ano – as denúncias diminuíram. “O valor da multa varia de 10 a 100 UFERMS (Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul). Quem delimita o valor é o policial que atende à ocorrência. A cobrança é baseada na intensidade do fogo, nos riscos que expões as pessoas”, explicou. O valor da UFERMS é de R$ 13,99.
Embora a PMA garanta que o número de denúncias diminuiu, a situação no Corpo de Bombeiros é crítica. Segundo o capitão Sidnei Antônio Muniz, a quantidade de pessoas solicitando o atendimento do Corpo de Bombeiros é grande. “Nem se pudéssemos, conseguiríamos atender à quantidade de ligações. Muita gente liga reclamando do fogo em terrenos baldios. Só podemos nos deslocar quando realmente é uma urgência ou emergência. As pessoas precisam ter consciência”, disse.
Em janeiro, foram registrados oito atendimentos. Em fevereiro, o número passou a 21 e até ontem as ocorrências de março somavam 17. “Como no final do ano choveu muito, o mato cresceu bastante e as pessoas preferem atear fogo a limpar o terreno e solicitar que a Prefeitura recolha o mato. Essa medida que pode parecer simples, pode acabar custando mais caro”, alertou Muniz.
Uma das multas foi aplicada no começo deste mês, quando a PMA autuou e multou um homem, no bairro Santos Dummont, por atear fogo em um terreno baldio para limpeza.
Os bairros com maior incidência de ocorrências, segundo Muniz, são Vila Aro, Vila Alegre, Paranapungá, Jardim Novo Aeroporto, Jardim Oiti, Chácara Imperial e Jardim das Paineiras. Somente ontem, a equipe do Jornal do Povo registrou incêndios no Jardim Alvorada, Novo Aeroporto, Vila Nova, Santo André e Santos Dummont. Ao mesmo tempo, foram constatados uns 15 pontos de queimadas em toda a Cidade, somente no período da manhã nas imediações da rotatória que demanda ao Balneário.
Leia a matéria completa em nossa edição impressa