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Três Lagoas

Reunião discutirá se capivaras ficam ou não na Lagoa Maior

Secretaria de Meio Ambiente estima que cerca de 40 capivaras vivem no cartão postal da cidade

Capivaras tornaram-se atração para moradores e turistas -
Capivaras tornaram-se atração para moradores e turistas -

Reunião marcada para a próxima quinta-feira, dia 20, na Promotoria do Meio Ambiente de Três Lagoas, vai discutir a situação das capivaras na Lagoa Maior. A Secretaria de Meio Ambiente estima que, cerca de 40 capivaras vivem no local. A preocupação dos órgãos ambientais deve-se a superlotação desse animal na Lagoa Maior, área central da cidade.

Um caso de febre maculosa registrado no ano passado em Dois Irmãos do Buriti fez  autoridades do Estado entrarem alerta, principalmente em relação aos municípios que possuem grande quantidade desses animais, como é o caso de Campo Grande e Três Lagoas, que têm lagoas no seu perímetro urbano.
 
Em razão dessa constatação, a Secretaria Estadual de Saúde chegou a emitir, em fevereiro, um documento alertando sobre o risco da propagação da febre maculosa, umavez que uma das formas de contágio dessa doença é o contato com o carrapato que se hospeda em um animal transmissor, que pode estar infectado como é o caso da capivara.De acordo com o documento, a bactéria causadora da doença é a Rickettsiarickettsii,que infectaos animais novos. Roedores como a capivara e os gambás são hospedeiros mais frequentes da febre maculosa. A alta taxa de morte, entre 40% e 80%  de pessoas contagiadas é um fator que leva a se considerar como doença grave.
 
Na semana passada, inclusive, foi realizado em Campo Grande, entre os dias 10 e 14 de março, na sede da Embrapa, um curso para tratar especificamente sobre a febre maculosa. O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Três Lagoas, Antônio Empke, também participou do curso. “Os técnicos da Embrapa e da Secretaria Estadual de Saúde têm conhecimento da situação das capivaras na Lagoa Maior, em Três Lagoas”, comentou.
Dentro de 20 dias, segundo o coordenador do CCZ, será implantado, em Três Lagoas,um programa, coordenado pela Embrapa, visando analisar com mais profundidade a situação das capivaras no município. “Nós temos pressa, porque os técnicos já sabem que a lagoa é uma área preocupante e que pode se tornar uma área de risco e contaminada. Pretendemos evitar isso, para não acontecer o que vem ocorrendo em outros municípios. A partir daí, é que poderemos decidir o futuro das capivaras”, disse Empke.
No ano passado, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente chegou a solicitar da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) um levantamento para verificar a quantidade de capivaras existentes na Lagoa Maior. Entretanto, segundo a diretora da secretaria, a bióloga Ana Paula Mendes Lima, seria necessária a captura de alguns desses animais para levá-los até o CCZ para a realização de exames.
 
Para o coordenador do CCZ, o curso realizado na semana passada esclareceu que não  existe essa necessidade. “Não é necessário capturar capivaras para fazer o exame da febre maculosa, podemos pensar na captura dos carrapatos, tudo isso foi discutido nesse curso. Todo o Estado está em alerta”, destacou.
 
Para o promotor do Meio Ambiente, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, é preciso verificar logo essa situação para evitar possíveis transtornos.  Oliveiradisse, que  se ficar comprovado que as capivaras não podem ficar na Lagoa Maior, elas poderão ser levadas para o Parque do Pombo, ou para outras áreas na região.