
Quem passou, por esses dias, em frente ao setor de habitação da Prefeitura de Três Lagoas, certamente se assustou com o aglomerado de pessoas. A confusão acontece porque centenas de famílias estão dormindo em frente ao local para pegar uma senha, pela qual é feito o cadastro ou recadastramento das casas populares.
O setor responsável pelo cadastro distribui 100 senhas diariamente. Mas como o número de pessoas é bem maior, aqueles que não conseguem atendimento continuam na fila, esperando uma nova remessa. Muitos estão dormindo no local com medo de não conseguirem se cadastrar a tempo.
No dia 2, terça-feira, uma mulher que estava na fila passou mal e foi socorrida pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Assim como a maioria, ela encontrava-se exposta ao sol forte, típico da cidade.
No entanto, segundo a diretora do Departamento de Habitação Popular, Sônia Góes, não há motivo para desespero, uma vez que o cadastramento não tem data para terminar e vai continuar até atender toda a demanda da população.
A diretora do setor informou que às 7h30 os funcionários vão até o lado de fora e avisam todos que apenas 100 senhas serão distribuídas, e orienta todos que não conseguiram voltar no outro dia. Pessoas idosas, portadores de necessidades especiais e grávidas tem atendimento preferencial depois de pegarem o bilhete. Sonia ressaltou também que, antes de iniciar o cadastro foi divulgado na mídia, todo o processo de cadastramento.
SONHO
Há seis meses Alessandra Leopice, moradora do Parque São Carlos chegou a Três Lagoas. Agora ela tenta participar do programa de habitação.“Tenho uma filha e mãe doentes. Estou aqui desde a madrugada de ontem [terça], tentando pegar uma senha, e vou ter que ir embora porque estou com meu filho de 1 ano e dois meses, só queria uma senha hoje para poder voltar amanhã, não posso deixar minha mãe sozinha e ficar todo esse tempo esperando e não conseguir atendimento”, explicou a mulher.
Para a manicure, que ficou mais de 10 horas na fila, falta informação por parte da prefeitura. “Eles deveriam informar como funciona o cadastramento, e não deixar as pessoas esperando debaixo do sol”, disparou.
APARTAMENTOS
Um dos objetivos do processo de cadastramento e recadastramento é selecionar as famílias que irão ser contempladas com as unidades em construção no Residencial Orestinho. Ao todo,serão oferecidas 1.432 mil unidade de apartamento populares de 48 m², construídos atrás do Conjunto Novo Oeste, no bairro Carandá.
Tem prioridade na seleção para conquistar moradia mulheres chefes de família com filhos pequenos, portadores de necessidades especiais, idosos e pessoas encaminhadas pelos Centro de Referência de Assistência Social (Cras), os critérios são definidos pelo Programa Federal Minha Casa Minha Vida, para participar do cadastro a renda familiar deve ser de até R$ 1,6 mil.
Depois de feito o cadastro, os pré-selecionados passam por entrevistas com assistente social. Logo em seguida, é feita a análise da Caixa Econômica Federal, que reencaminham os cadastros para a prefeitura como compatíveis ou incompatíveis. Somente os aprovados participam do sorteio do apartamento.
Para cadastrar-se é necessário comparecer ao Departamento Habitacional da Prefeitura na Rua Orestes Prata Tibery, nº 457, centro, das 7h30 às 13h.