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Três Lagoas

Suspeita de usar nome falso foge do semiaberto

Para o delegado, elas disseram que já teriam sofrido violência sexual por parte de um tio

A polícia já está à procura de uma mulher que fugiu da detenção de regime semiaberto no último final de semana. A suspeita foi presa na cidade de Costa Rica pelo crime de tráfico de drogas, mas foi transferida há cerca de um mês para Três Lagoas.  Quando detida, a mulher não apresentou documentos pessoais e afirmou que se chamava Daniela Ribeiro de Almeida. 

O real nome da detenta foi descoberto através do delegado Alberto Cézar Batista Vieira que estava de plantão na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) no último final de semana. A farsa foi descoberta depois que dois garotas, uma de 11 e outra de 13 anos, foram encaminhadas pelo Conselho Tutelar até a delegacia. De acordo com os conselheiros, as duas meninas estavam com um homem em um posto de combustível, pessoas que passavam pelo local acharam a atitude o rapaz suspeita e resolveram chamar a Polícia Militar que constatou que o homem não possuía nenhum grau de parentesco com nenhuma das menores. 
 
O suspeito afirmou para o delegado que as meninas seriam filhas da suposta Daniela que cumpria pena aqui em Três Lagoas. Os conselheiros tutelares pediram para ver os celulares das garotas e viram algumas fotos que levantaram suspeitas. “Apesar de serem crianças, elas tinham fotos íntimas no celular, e também fotos de pessoas mortas, isso levantou suspeitas”, disse Mirian Herera, coordenadora do Conselho Tutelar. 
 
Para o delegado, elas disseram que já teriam sofrido violência sexual por parte de um tio, mas negaram qualquer tipo de envolvimento com o homem que diz ser namorado da mãe. O delegado solicitou um exame de corpo delito para saber se de fato elas foram violentadas. 
 
FARSA
O delegado descobriu que a mãe estava registrada com nome falso, quando foi procura-la no regime semiaberto. O nome divulgado pelas menores foi de Rosimeire Ribeiro de Almeida, o qual não havia nenhuma mulher que estaria cumprindo pena com este nome. Porém o sobrenome era o mesmo de uma detenta de nome Daniela, a qual reconheceu ser mãe das garotas. 
 
Com a comprovação, o delegado de plantão entrou em contato com o regime semiaberto informando sobre a falsidade ideológica e informou também o juiz de plantão. A pessoa responsável pelo plantão do semiaberto afirmou que nada poderia fazer para manter a suspeita detida, já que não tinha nenhuma determinação judicial. 
 
Sem o documento, a mulher foi liberada na manhã do dia seguinte e não sendo mais encontrada. As duas adolescentes foram transferidas para um abrigo, onde aguardam por algum membro da família ou responsável. 


EXPLORAÇÃO
Os membros do Conselho Tutelar que atenderam a ocorrência desconfiam de que as meninas tenham participação em uma suposta rede de exploração. A coordenadora do Conselho Tutelar de Três Lagoas, Mirian Herera, afirmou que duvida da veracidade das certidões de nascimento das meninas. “Não creio que ambas sejam filhas dela. Acredito que se tratam de dois documentos falsos, ainda não ficou claro o motivo pelo qual as duas estavam em um posto de combustível no período noturno e desacompanhadas de um responsável, isso deve ser averiguado com muita cautela”, disse Mirian. 
 
Até o fechamento desta edição Rosimeire Ribeiro de Almeida não havia sido encontrada. A polícia segue a procura e a mulher é considerada uma fugitiva.