Antes a batalha era para conseguir itens da cesta básica, agora o desafio é cozinhá-los, principalmente para os três-lagoenses de baixa renda. Segundo uma pesquisa divulgada nesta semana pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a cidade ocupa o quinta lugar com o maior valor no botijão de 13 quilos do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha.
De acordo com o levantamento, o produto custa, em média, R$ 109. No entanto, nas revendedoras da cidade já pode ser encontrado a R$ 120, calculado com a taxa de entrega. A auxiliar de limpeza, Lucimar Pereira Francisca, se desdobra para se alimentar e pagar as contas do mês. Desempregada até o mês passado, apesar do alto valor do botijão, ela comemora o fato de ter acabado apenas esta semana.
Além disso, ela explicou que, para economizar, tem receita simples, porém eficaz. “Eu tento cozinhar tudo de uma única vez, congelo e depois esquento no microondas. Ou seja, o segredo é cozinhar em grande quantidade, pois se ficar ligando o fogão toda hora, até esquentar a panela e o alimento cozinhar, é mais consumo”.
O preço do gás também tem assustado os comerciantes. Marcelo Filomena Pena, por exemplo, é dono de uma cafeteria e passou a servir refeições, além de salgados e lanches. Os lucros aumentaram, porém, o consumo aumentou para dois botijões por mês.
“Eu já comprei fritadeira e outros equipamentos elétricos para tentar economizar.No entanto, o meu consumo de gás de cozinha é elevado. Portanto, estou pensando em migrar para o gás encanado, me disseram que é mais barato. Além disso, não corro o risco do gás acabar e não conseguir terminar meu pratos”,
Ele pode ter razão, segundo a estatal responsável pela distribuição do combustível, as 10.645 unidades consumidoras do Estado pagam 30% a menos pelo produto, na comparação com o GLP.
O último reajuste da Petrobrás, no gás de cozinha foi de 16% para as distribuidoras. O valor médio do botijão saiu de R$_76, em janeiro de 2021, para R$ 102, em janeiro deste ano. O gás vem aumentando mais do que a inflação. No acumulado de 12 meses, o índice geral ficou em 10,54%, enquanto o botijão subiu mais de 27%, isso sem contar o novo reajuste.