
A Petrobras vai retomar a produção de fertilizantes nitrogenados na Unidade UFN-3, em Três Lagoas, até 2028. O anúncio foi reforçado durante a 5ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), onde a estatal destacou que a fábrica será peça-chave para reduzir a dependência nacional de importações na área.
A 5ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert) aconteceu nesta terça-feira (22), na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília, reunindo autoridades, empresários e especialistas do setor para discutir o fortalecimento da cadeia produtiva de fertilizantes no Brasil. O encontro foi presidido pelo vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, e teve como destaque a apresentação da presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Durante a reunião, Chambriard afirmou que a Petrobras retomará a operação de quatro fábricas de fertilizantes — nos estados do Paraná, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul — como parte da estratégia para reduzir a dependência brasileira desses insumos. Atualmente, cerca de 85% da ureia utilizada na agricultura nacional é importada. Com os investimentos previstos, a expectativa é que essas unidades passem a atender 35% da demanda até 2028.
“A Petrobras está investindo R$ 900 milhões entre 2025 e 2029 nessas unidades. Esse movimento vai fortalecer o mercado nacional de gás e atender ao crescente setor do agronegócio”, destacou Chambriard. A presidente da estatal também mencionou parcerias com a Embrapa para o desenvolvimento de fertilizantes de alta eficiência, com foco na produção de amônia, arla e ureia.
Para Alckmin, os investimentos são estratégicos: “O Brasil é um dos maiores exportadores de proteína animal e vegetal do mundo. A demanda por fertilizantes é crescente, e esse é o momento de fortalecer nossa capacidade interna de produção”.
UFN-3
A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3), localizada em Três Lagoas, está no centro da estratégia da Petrobras. Após quase uma década de paralisação, a estatal confirmou em fevereiro deste ano a retomada do projeto, que atualmente está em fase de licitação para conclusão da obra. Estão previstos R$ 3,5 bilhões em investimentos e a entrada em operação está programada para 2028.
Com capacidade projetada para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia por ano, a UFN-3 será fundamental para abastecer os mercados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo. A localização estratégica da planta — próxima aos maiores polos agrícolas do país — proporciona vantagens logísticas e de acesso a insumos como gás natural e água.
A construção da unidade teve início em 2011 e foi interrompida em 2015, quando já estava 81% concluída. Desde então, os equipamentos sofreram desgaste, exigindo nova mobilização técnica e financeira. Atualmente, uma equipe da Petrobras atua na preservação da estrutura e na gestão do projeto.