
A Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram, na manhã desta quarta-feira (3), a Operação Uxoris. Esta operação investiga um esquema de importações ilegais e lavagem de dinheiro. A investigação envolve vendas em plataformas digitais e lojas físicas de Campo Grande.
Segundo as apurações, o grupo trazia ao país grandes quantidades de mercadorias estrangeiras sem nota fiscal e sem registro aduaneiro. O material seguia para distribuição nacional por meio de marketplaces e pontos de venda ligados aos investigados.
A PF identificou que o pagamento dessas compras era feito por ‘dólar-cabo‘. Esse é um sistema de remessa clandestina de valores para o exterior. Ele dispensa registro oficial e facilita a ocultação da origem do dinheiro. Também foram encontrados indícios de movimentações financeiras feitas para mascarar lucros obtidos com o esquema.
Mandados e Bloqueio de Bens
Com autorização judicial, agentes cumpriram nove mandados de busca e apreensão em endereços de Mato Grosso do Sul e São Paulo. As ordens envolveram residências, depósitos e empresas ligadas ao grupo.
A Justiça determinou ainda o bloqueio e sequestro de bens — entre imóveis, veículos e valores — de 20 pessoas físicas e jurídicas. Esses bloqueios somam aproximadamente R$ 40 milhões. Além disso, 14 empresas utilizadas nas operações irregulares tiveram suas atividades suspensas.
Origem da Operação Uxoris
O nome da operação, Uxoris, remete à ex-esposa do líder do grupo, cuja denúncia deu início à investigação. Ela relatou ter tido seus documentos usados para abrir empresas de fachada.
As duas instituições afirmam que o caso revela a atuação de uma rede organizada. Ela misturava negócios legais e ilegais para driblar a fiscalização e burlar o sistema tributário.



