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MEIO AMBIENTE

Aprovada licença que libera instalação da nova fábrica da Bracell em Bataguassu

Decisão do conselho ambiental permite que o empreendimento avance para a etapa seguinte e projeta impacto econômico relevante na região

Fábrica da Bracell em Lençóis Paulista (SP) - Foto: Reprodução/Bracell
Fábrica da Bracell em Lençóis Paulista (SP) - Foto: Reprodução/Bracell

O Conselho de Controle Ambiental de Mato Grosso do Sul aprovou, por unanimidade, a Licença Prévia para a construção da nova fábrica de celulose da Bracell em Bataguassu. O aval marca o início formal do empreendimento, que pretende ser a sexta planta industrial do setor no Estado e o primeiro com produção de celulose solúvel.

A análise foi concluída em reunião virtual realizada na sexta-feira (5). O parecer técnico do Imasul, amparado por um Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) de 8.651 páginas e audiência pública realizada em maio, foi acompanhado pela conselheira e relatora Bruna Feitosa Beltrão Novaes, representante da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul).

Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, a aprovação indica uma mudança no perfil da cadeia produtiva.

“É a única que vai produzir também a celulose solúvel, utilizada na confecção de tecidos e outras finalidades. Ou seja: abre-se uma nova perspectiva na cadeia de celulose com essa fábrica”, afirmou.

Estrutura e impacto econômico

Pela Licença Prévia, foram autorizados os projetos de localização e concepção da unidade, que deve receber investimento estimado de R$ 16 bilhões. O empreendimento prevê:

  • 12 mil trabalhadores durante a fase de implantação;
  • 2 mil empregos diretos na operação;
  • Produção anual de 2,92 milhões de toneladas de celulose kraft (Composição A);
  • Até 2,6 milhões de toneladas de celulose kraft e solúvel (Composição B);
  • Consumo anual estimado de 12 milhões de m³ de eucalipto;
  • Sistema próprio de cogeração elétrica, com capacidade de 462 MW.

A fábrica será instalada às margens da BR-267, a cerca de nove quilômetros da área urbana de Bataguassu. Municípios como Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas também devem ser diretamente impactados por atuarem como fornecedores de matéria-prima.

Condicionantes ambientais

O EIA/Rima apresenta 26 programas obrigatórios que deverão ser executados pela empresa para mitigar impactos ambientais e sociais, incluindo:

  • Plano Ambiental da Construção;
  • Programas de monitoramento da água, ar, fauna e flora;
  • Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador;
  • Programa de Comunicação Social;
  • Plano de Ação Emergencial;
  • Programa de Controle de Processos Erosivos;
  • Programa de Gerenciamento de Risco, entre outros.

Próximas etapas

A expectativa do governo estadual é que a Licença de Instalação, que autoriza o início das obras, seja emitida pelo Imasul até o fim de fevereiro. Até lá, será desenvolvido o Plano Básico Ambiental (PBA) em conjunto com a comunidade local, para definir as estruturas sociais necessárias ao município diante da dimensão do empreendimento.