Começa nesta sexta-feira (2), em Campo Grande, o 4º Encontro de Motorhomeiros e Campistas de Mato Grosso do Sul, promovido pela Acampa-MS – Associação dos Campistas e Motorhomeiros do Pantanal.
A programação vai até domingo (5), com atrações musicais, visitação pública e espaço exclusivo para os viajantes que utilizam veículos adaptados como casa.
O evento é realizado na Vila Morena (antiga Cidade do Natal), nos altos da Avenida Afonso Pena, e tem entrada gratuita. A expectativa é reunir até 100 veículos recreativos, limite estabelecido pela organização devido à capacidade do espaço.
De acordo com o presidente da associação, Nabor Coelho, metade dos participantes já havia estacionado no local na véspera da abertura.
“Esse movimento tem crescido muito. Muita gente vem só pra visitar, se encanta, e na edição seguinte já aparece com o próprio motorhome”, contou Nabor em entrevista ao programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, nesta sexta-feira.
A programação inclui shows com artistas locais, DJ com flashback e apresentação da banda Velho Jack. A estrutura montada no local conta com banheiros com chuveiros, palco, tendas e som, com apoio logístico da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado.
Movimento em crescimento e desafios no Estado
Segundo o presidente da Acampa-MS, o crescimento do campismo sobre rodas no país tem sido acelerado desde 2018, e Mato Grosso do Sul ainda precisa avançar em infraestrutura para atender essa nova demanda turística.
“O maior desafio hoje é a falta de pontos de apoio. O turista entra no estado e vai direto para Bonito ou Pantanal, porque Campo Grande, por exemplo, ainda não oferece estrutura adequada para motorhomeiros. E isso significa perda de receita para o comércio local”, avaliou.
Esses pontos de apoio, explica Nabor, não exigem investimentos altos. O essencial seria um terreno com energia, água e uma estrutura simples para descarte de resíduos — como uma fossa séptica.
“Não é algo que demanda manutenção constante. O turista passa uma ou duas noites, abastece no mercado local, vai a uma lanchonete. Ele movimenta a economia da cidade”, pontua.
A Acampa-MS tem atuado para que mais municípios criem esses espaços. Segundo Nabor, cidades como Costa Rica, Alcinópolis e Jardim estão entre as que já iniciaram diálogo com a associação para receber motorhomeiros com mais estrutura.
Quanto custa ter um motorhome?
Durante a entrevista, Nabor também abordou uma dúvida comum de quem se interessa pelo estilo de vida itinerante: o custo de ter um motorhome. Segundo ele, é possível montar desde estruturas simples em Kombis e vans até veículos maiores, como ônibus. “É como carro: tem para todos os bolsos, de R$ 10 mil a mais de R$ 1 milhão”, explicou.
Além de presidir a associação, Nabor é dono de uma oficina especializada em montagem de veículos para campismo. “Eu transformei uma paixão de infância em negócio. Comecei com barraca de chão, depois barraca de teto, kombi, trailer. Até que resolvi montar meu próprio micro-ônibus e abri a empresa”, contou.
O evento segue até domingo, e a visitação é aberta ao público. A Vila Morena se transforma, por três dias, em um verdadeiro ponto de encontro do turismo sobre rodas — movimento que, segundo os organizadores, chegou para ficar.