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SEGURANÇA PÚBLICA

Denar identifica nova rota do tráfico com uso dos Correios em Campo Grande

Delegado afirma que criminosos têm apostado em postagens de drogas com documentos falsos

Apreensão de drogas por correios realzada pela Guarda Civil Metropolitana - Foto: Reprodução/GCM
Apreensão de drogas por correios realzada pela Guarda Civil Metropolitana - Foto: Reprodução/GCM

O tráfico de drogas por meio dos Correios tem chamado atenção da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) em Campo Grande. Segundo o titular da especializada, delegado Hoffman D’Ávila, a prática tem se tornado cada vez mais frequente, com criminosos utilizando nomes falsos e documentos adulterados para despachar entorpecentes para outros estados, como São Paulo.

O método, embora não seja novidade, apresenta crescimento, segundo o delegado. Uma das apreensões mais recentes resultou na interceptação de 100 quilos de maconha, enviados em caixas que simulavam componentes eletrônicos. O material havia sido postado na Capital e seria destinado a cidades paulistas.

“Antes, esse tipo de envio era mais comum em regiões de difícil acesso, mas agora está presente também em áreas urbanas. É uma prática costumeira, infelizmente, mas temos intensificado o trabalho em conjunto com o setor de inteligência dos Correios para antecipar os passos dessa empreitada criminosa”, afirmou.

Hoffman D’Ávila durante entrevista coletiva nesta segunda-feira – Foto: Fernando de Carvalho/Portal RCN67

Além das apreensões de maconha, a Denar também registrou a chegada à Capital de substâncias mais sofisticadas, como o “dry” — também conhecido como ice —, variante sintética do haxixe, com alto teor de THC. O quilo da droga chega a valer R$ 18 mil em São Paulo.

O delegado explicou que o chamado “tráfico de playboy” costuma envolver drogas mais caras, geralmente consumidas por usuários com maior poder aquisitivo. “É uma droga pastosa, fácil de esconder, e que circula com valor muito elevado. Mesmo assim, não é restrita a esse perfil; o tráfico pelos Correios é praticado por criminosos de todos os tipos”, observou.

Ainda de acordo com Hoffman, a Denar tem fortalecido parcerias com transportadoras e investido em inteligência para rastrear tanto o remetente quanto o destinatário dessas encomendas.

“Estamos conversando com os Correios para dificultar ainda mais o envio, exigindo mais dados no momento da postagem”, disse.

Em balanço do primeiro semestre, a Denar contabilizou a apreensão de mais de duas toneladas de maconha e quase meia tonelada de cocaína em todo o Estado. Foram presos 53 suspeitos em flagrante, com um prejuízo estimado de R$ 12 milhões para o crime organizado.