Fundada em 1958, na cidade de Ponta Porã, a Erva Mate Santo Antônio é um dos nomes mais tradicionais na produção e distribuição de erva-mate no Mato Grosso do Sul.
A história da empresa começou com o bisavô do atual proprietário, Paulo Benites, que atuava como exportador de erva-mate em Concepción, no Paraguai. Em entrevista a rádio Massa Campo Grande, Benites contou que seu avô, José Benites, mudou-se para a fronteira brasileira, onde, ao lado da esposa Reildes, deu início à produção que atravessou gerações.
Ao longo dos anos, a produção evoluiu. No passado, a secagem da erva era feita artesanalmente em estruturas chamadas barbacuá, processo que durava até 12 horas. Atualmente, tecnologias como secadores automáticos reduziram o tempo para cerca de 15 minutos, mantendo a qualidade e aumentando a capacidade produtiva.
Além da produção tradicional, a Santo Antônio acompanhou mudanças no consumo. A partir da década de 1980, sabores inspirados no mercado paraguaio começaram a ser incorporados, ampliando as opções para quem consome tereré. Hoje, a empresa também fabrica versões para chimarrão e uma variedade de chás, como camomila, hibisco, hortelã, boldo e erva-doce, além do chá-mate com diferentes aromas.
Segundo Paulo Benites, essa diversidade responde tanto à preservação da cultura local quanto às novas demandas do consumidor, que busca produtos naturais e, muitas vezes, com propriedades associadas ao bem-estar, como chás energéticos, digestivos ou calmantes.
Museu da Erva Mate e a História da Região
Outro destaque é o Museu da Erva Mate, mantido pela empresa em Ponta Porã. O espaço reúne objetos, documentos e registros que contam a história da produção de erva-mate e da própria região, conhecida como “Princesinha dos Ervais”.
Com mais de seis décadas de história, a Erva Mate Santo Antônio é parte do cotidiano de muitas famílias sul-mato-grossenses, mantendo viva a tradição do tereré e do chimarrão e adaptando-se às transformações tecnológicas e culturais.