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ECONOMIA

Produção de etanol de milho cresce em MS e amplia alternativas de venda para produtores

Com usinas em expansão, estado deve alcançar 4,9 bilhões de litros na próxima safra e fortalecer a integração entre agricultura e bioenergia

Estado deve alcançar 4,9 bilhões de litros na próxima safra - Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc
Estado deve alcançar 4,9 bilhões de litros na próxima safra - Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

Com a expansão das usinas e o avanço de novas tecnologias, Mato Grosso do Sul caminha para registrar recorde na produção de etanol de milho e consolidar sua posição como um dos principais polos da bioenergia no país.

O movimento fortalece a economia local e amplia as opções de comercialização para os produtores rurais, que passam a contar com o biocombustível como alternativa sustentável de renda.

Segundo dados da Conab, a safra 2025/2026 deve atingir 4,9 bilhões de litros de etanol, sendo 42,8% produzidos a partir do milho — o maior volume já registrado no estado. Na safra anterior, as usinas da Inpasa Brasil, em Dourados e Sidrolândia, e da Neomille CerradinhoBio, em Maracaju, responderam por 38,1% dos 4,3 bilhões de litros produzidos.

Alternativa ao mercado tradicional

A expansão das indústrias no interior de Mato Grosso do Sul tem garantido novas oportunidades de venda e preços mais competitivos para o agricultor. De acordo com o analista econômico Jean Américo, do Sistema Famasul, a proximidade das usinas reduz custos de transporte e agrega valor à produção.

“Com a produção ficando no estado, o produtor tem uma alternativa de comercialização que reduz custos logísticos e fortalece a renda”, explicou.

Além da vantagem econômica, o etanol de milho tem se destacado por impulsionar a transição energética e contribuir para metas ambientais, como a neutralidade de carbono até 2030.

Integração entre agricultura e indústria

A demanda das usinas tem estimulado o cultivo da segunda safra de milho, que deve alcançar cerca de 14 milhões de toneladas neste ciclo. Segundo o consultor técnico Lenon Lovera, o impacto é direto no campo.

“A procura do setor industrial incentiva o produtor a manter ou ampliar a área plantada. O preço regional mais atrativo e os coprodutos, como o DDG e o óleo de milho, fortalecem a rentabilidade e a integração com a pecuária”, afirmou.

Esses coprodutos — como o DDG (grãos secos) e o WDG (grãos úmidos) — são utilizados na alimentação de bovinos, suínos e aves, reduzindo custos com ração e promovendo um modelo de produção mais sustentável.

A logística reversa do setor, que faz o milho entrar nas usinas e devolve subprodutos às fazendas, também tem incentivado a instalação de fábricas de ração, confinamentos e centrais de distribuição próximos às indústrias.

Crescimento e diversificação

Para o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia de MS (Biosul), Amaury Pekelman, o crescimento do etanol de milho representa uma nova etapa da bioenergia sul-mato-grossense.

“O estado, que já se destacava na produção de etanol de cana, expandiu sua capacidade com o milho, consolidando uma matriz energética diversificada e sustentável”, avaliou.

Hoje, Mato Grosso do Sul conta com 19 usinas de cana-de-açúcar e três de milho em operação, combinando tecnologia e eficiência para ampliar a geração de energia limpa.

*Com informações da Famasul