Dois homens suspeitos de envolvimento na tentativa de furto a uma joalheria em um shopping da capital foram presos nesta terça-feira (21), em Campo Grande. A ação é um desdobramento da ocorrência registrada no domingo (19), quando outro integrante do grupo foi flagrado escondido no forro do centro comercial após o disparo do alarme da loja.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), delegado Reginaldo Salomão, os dois suspeitos foram localizados na região do Jardim Morumbi, próximos à rodoviária.
Um deles foi encontrado em um bar, enquanto o outro chegou ao local em um carro de aplicativo.
“Quando o passageiro abriu a porta do veículo, os policiais o reconheceram e realizaram a abordagem. Ele fechou a porta e começou a insistir para que o condutor do Uber empreendesse fuga, mas o motorista viu que era a polícia, desligou o carro e colocou as mãos para cima. Um dos policiais precisou tirá-lo pela janela, porque ele estava destruindo o celular”, relatou Salomão.
Segundo o delegado, os três homens — com idades de 20, 23 e 26 anos, todos de Goiás — faziam parte de uma quadrilha especializada em furtos a joalherias e usavam nomes falsos para dificultar a investigação.
“Perguntamos se estavam envolvido com o crime, e um deles respondeu: ‘Se vocês são investigadores, então investiguem’. Só conseguimos confirmar as identidades provando que o que eles diziam era mentira”, afirmou o delegado,
“Eu tenho dinheiro, vou pagar um bom advogado e sair”
Durante a coletiva, Salomão destacou a postura de deboche e confiança demonstrada pelos suspeitos após a prisão.
“Um deles disse que não vai ficar muito tempo preso porque tem dinheiro, tem condições, que vai pagar um bom advogado e vai sair. E até afirmou que se não sair por aqui, vai sair por conta de Brasília. O outro é filho de policial e afirmou que sabe como funciona. E o mais novo é o caçula, o mais perdido”, relatou o delegado.
Dispositivo usado para clonar travas e peças suspeitas
Com os presos, a polícia apreendeu um equipamento eletrônico conhecido como “chapolin”, utilizado para clonar sinais magnéticos e abrir portas automáticas — o mesmo tipo de dispositivo que teria sido usado para acessar a joalheria Moura.
“É um equipamento para clonagem de sinal magnético. Ele faz a captura e replica o sinal exatamente naquele que ele capturou. Pode ser usado para abertura de portões ou qualquer fechamento eletromagnético”, explicou Salomão.
Também foram encontradas peças metálicas lixadas e tratadas com produtos químicos, que serão encaminhadas à perícia. Também foram encontradas várias peças metálicas lixadas e testadas com produtos químicos, que serão periciadas para determinar se são joias, prata ou bijuterias
Grupo já cometeu crimes no Rio e em Sergipe
As investigações apontam que os suspeitos têm histórico de furtos no Rio de Janeiro e em Sergipe, onde já foram indiciados e presos em flagrante. Um deles, condenado por roubo em Goiás, falsificou um boletim de ocorrência para conseguir embarcar em direção a Mato Grosso do Sul, já que tinha proibição judicial de deixar o estado.
O delegado explicou que o grupo mantinha uma estrutura organizada, com divisão clara de tarefas: um responsável pela clonagem do acesso, outro pelo suporte com veículo e um terceiro que fazia locações e pagamentos com documentos falsos.
Prisão no forro revelou o esquema
O primeiro preso foi encontrado no domingo (19), escondido no forro do Shopping Norte Sul Plaza, após o disparo do alarme da loja. Segundo a polícia, ele recebia orientações por chamada de vídeo durante a tentativa de furto. Nenhum objeto chegou a ser levado, e as vitrines permaneceram intactas.