Homens vivem, em média, oito anos a menos que as mulheres. A diferença, segundo o médico Sóstenes Maciel, especialista em saúde masculina, está ligada principalmente à falta de prevenção e ao descuido com hábitos saudáveis. Em entrevista, o especialista destacou que o cuidado com a saúde do homem deve começar ainda na infância e se estender por todas as fases da vida.
De acordo com o médico, a saúde do homem precisa ser acompanhada desde cedo, com atenção especial dos pais e responsáveis.
“Na infância, muitas condições, como fimose ou testículos não-descidos, podem passar despercebidas. Por isso, é fundamental que as mães levem os meninos a consultas regulares e mantenham o calendário vacinal em dia”, explica Sóstenes.
Ele reforça que os hábitos adquiridos na infância — como alimentação equilibrada e prática de esportes — têm impacto direto na vida adulta. “Hoje as crianças estão muito ligadas a telas e consomem alimentos ultraprocessados. Isso compromete o desenvolvimento e aumenta o risco de doenças crônicas no futuro”, alerta o médico.
Durante a juventude, especialmente entre os 20 e 39 anos, muitos homens acreditam que são “invencíveis” e deixam de lado os cuidados básicos. “Esse é um erro comum. Eles se escondem atrás da ideia de que a genética resolve tudo, mas o estilo de vida influencia muito mais. Maus hábitos diários podem causar doenças como diabetes e colesterol alto, mesmo em quem tem boa herança genética”, destaca.
Para manter a saúde em dia, o médico recomenda uma avaliação médica anual e a realização de exames básicos:
- Hemograma completo (para identificar infecções e anemias);
- Glicemia (controle do diabetes);
- Colesterol e lipidograma (avaliação cardiovascular);
- Exame de urina (função renal);
- Parasitológico de fezes (verificação de parasitoses).
“Esses exames são o mínimo que todo homem deveria fazer. A prevenção é sempre o melhor caminho. É muito mais fácil evitar uma doença do que tratá-la quando já está crônica”, afirma.
O médico lembra ainda que a falta de exames preventivos pode levar a diagnósticos tardios de problemas graves, como o câncer de próstata. “Recebemos muitos pacientes com 50 ou 60 anos já em estágio avançado da doença. O ideal é que o cuidado fosse constante, para evitar chegar a esse ponto”, conclui Sóstenes.