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Homeopatia no curral: pesquisador defende alternativa sustentável para o gado sul-mato-grossense

Estresse térmico e as variações climáticas típicas de Mato Grosso do Sul afetam o sistema imunológico dos animais

(Foto: Reprodução/ Embrapa Gado de Corte)
(Foto: Reprodução/ Embrapa Gado de Corte)

O uso da homeopatia na pecuária tem avançado como uma alternativa sustentável para melhorar a imunidade, produtividade e bem-estar do rebanho. A avaliação é do pesquisador e professor José Garcia Dias, da Unifenas e do Instituto Federal do Sul de Minas, que participou, em Campo Grande, de discussões sobre bovinocultura de corte e de leite.

José Garcia Dias

Segundo o especialista, a homeopatia ajuda o próprio organismo do animal a reagir contra doenças e parasitas, reduzindo a necessidade de medicamentos convencionais.

“A homeopatia dá condições para os animais se protegerem. Ela tem mostrado bons resultados no controle de carrapatos e vermes, tanto em rebanhos de corte quanto de leite”, explicou Dias.

O pesquisador ressaltou que o estresse térmico e as variações climáticas típicas de Mato Grosso do Sul afetam o sistema imunológico dos animais. Por isso, o cuidado com a nutrição mineral e o ambiente é essencial.

“Cada propriedade deveria analisar solo e pastagem para identificar as deficiências minerais. Assim, é possível ajustar a alimentação e associar os tratamentos homeopáticos conforme o período do ano e a fase produtiva do gado”, orientou.

Dias também destacou a importância da higiene na ordenha e das boas práticas na produção de leite, comparando o curral a uma cozinha.

“Na cozinha e no curral, lidamos com alimento. Então, a higiene é fundamental para produzir leite de qualidade”, disse.

De acordo com ele, os tratamentos homeopáticos têm mostrado melhoria na qualidade do leite, aumentando o teor de gordura e proteína, o que reflete diretamente no preço pago ao produtor e na rentabilidade da indústria. “Quando o leite é mais rico em sólidos e gordura, o produtor ganha mais e o laticínio tem melhor rendimento na fabricação de queijos”, explicou.

Para o pesquisador, Mato Grosso do Sul tem potencial para fortalecer tanto a pecuária de corte quanto a leiteira com foco em qualidade, bem-estar e sustentabilidade. “Cuidar da sanidade, da reprodução e do bem-estar animal é o caminho para uma cadeia produtiva mais forte”, afirmou.

Acompanhe a entrevista completa: