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MEIO AMBIENTE

Inquérito apura empresa multada em R$ 3,9 milhões após incêndio devastar área rural em Coxim

Fogo começou em caminhão com carga de algodão e destruiu mais de 2 mil hectares de vegetação

Imagem aérea da região que pegou fogo - Foto: Divulgação/MPMS
Imagem aérea da região que pegou fogo - Foto: Divulgação/MPMS

Um inquérito civil foi instaurado para apurar a responsabilidade da empresa multada em R$ 3,9 milhões após um incêndio destruir mais de 2,3 mil hectares de vegetação em Coxim, no norte de Mato Grosso do Sul.

O fogo, registrado em 22 de agosto de 2024, teve início quando um caminhão carregado de algodão pegou fogo às margens da BR-163, provocando uma das maiores queimadas registradas na região no ano passado.

De acordo com o relatório da Polícia Militar Ambiental (PMA), as chamas se espalharam rapidamente por causa dos ventos fortes, atingindo 31 propriedades rurais entre a rodovia e o rio Taquari, e chegando a ultrapassar o curso d’água em alguns pontos.

Ao todo, foram queimados 1.656 hectares de pastagens, 214 hectares de vegetação nativa, 352 hectares de reserva legal e 96 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Pelos danos causados, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) aplicou à empresa uma multa de R$ 3.971.500, com base na Lei de Crimes Ambientais e no Decreto Federal nº 6.514/2008.

A investigação, conduzida pela 2ª Promotoria de Justiça de Coxim, foi aberta para reunir elementos que possam levar à responsabilização civil, administrativa e criminal da empresa.

Durante a apuração, foram expedidos ofícios ao Imasul, ao Núcleo de Geoprocessamento (Nugeo) e à empresa envolvida, solicitando informações e manifestação sobre possível acordo de reparação ambiental.

O Centro Integrado de Proteção e Pesquisa Ambiental (Ceippam/UCDB) confirmou que o incêndio comprometeu a biodiversidade local e afetou áreas de uso agropastoril e de preservação.

Mesmo após notificação formal, a empresa não apresentou resposta, o que levou o Ministério Público a prorrogar o prazo do inquérito por mais 90 dias.

Segundo o promotor de Justiça Marcos André Sant’Ana Cardoso, o episódio evidencia a gravidade dos impactos ambientais e a necessidade de uma resposta firme.

“O impacto ambiental causado por esse incêndio é gravíssimo e exige responsabilização efetiva dos envolvidos”, afirmou.

*Com informações do MPMS