Mais da metade dos estudantes com 15 anos ou mais em Mato Grosso do Sul também estão inseridos no mercado de trabalho. Dados de 2024 revelam que 53,5% dessa população acumulam as duas atividades — o maior percentual já registrado no estado desde o início da série histórica em 2016, quando o índice era de 51,3%. Em relação ao ano anterior, a 2023 (52,4%), houve avanço de 1,1 ponto percentual.
O levantamento, divulgado pelo IBGE, aponta que, ao todo, Mato Grosso do Sul contava com cerca de 322 mil estudantes com 15 anos ou mais. Desses, 173 mil estavam ocupados — a maioria mulheres em números absolutos: cerca de 90 mil, contra 82 mil homens. Entretanto, proporcionalmente, 56,4% dos estudantes homens também trabalhavam, ante 51,2% das mulheres.
Os dados fazem parte da PNAD Contínua 2024, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, com o tema Educação.
“Os dados nacionais mostram que as mulheres tendem a se manter estudando após certa idade com mais frequência que os homens, daí os números absolutos maiores”, explicou Felipe Senna, técnico do IBGE em Mato Grosso do Sul.
Entre os estados brasileiros, MS ocupa a quinta posição em proporção de estudantes que também trabalham. Santa Catarina lidera com 58,8%, seguida por Mato Grosso (57,3%). O menor índice foi registrado no Acre (26,2%).
Perfil racial
Entre os estudantes que conciliam estudo e trabalho, há uma pequena diferença também conforme a cor ou raça. Entre os que se declararam pretos ou pardos, 54,8% acumulavam as duas atividades. Já entre os brancos, esse percentual era de 52,4%.
Juventude em transição
Quando considerada a faixa etária de 15 a 29 anos, a maioria da população jovem em Mato Grosso do Sul estava apenas no mercado de trabalho: 42,8%, o oitavo maior índice entre as unidades da Federação. O maior percentual foi novamente registrado em Santa Catarina (49,9%) e o menor, no Acre (28,9%).
Por outro lado, 22,2% dos jovens sul-mato-grossenses estudavam, mas não trabalhavam — o sexto menor percentual do país. No Acre, 33,1% dos jovens seguiam apenas estudando, ao passo que Santa Catarina apresenta o menor índice nesse quesito (17,9%).
A proporção de jovens que conciliavam as duas atividades era de 19,9%, a quarta maior do Brasil. O Rio Grande do Sul liderava, com 21,4%, enquanto o Acre novamente aparece na última posição, com 8%.
Geração nem-nem
O índice de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem trabalhavam em Mato Grosso do Sul ficou em 15,2% no ano passado, o mesmo índice de 2023. Ainda assim, representa queda em relação a 2019, quando o indicador era de 18,8%. O estado ocupa a sétima menor posição do ranking nacional.
O Acre lidera com 30% dos jovens nessa condição, seguido de Alagoas (28,5%). Já os menores percentuais foram registrados em Santa Catarina (10,8%) e Rio Grande do Sul (13,1%).
Na análise por sexo, a desigualdade salta: 8,4% dos homens de 15 a 29 anos não estudavam nem trabalhavam, contra 21,8% das mulheres. Também houve diferença por cor ou raça: 15,3% entre pretos e pardos, frente a 14,5% entre brancos.