O Banco Central confirmou que ainda em setembro vai anunciar as regras para o chamado PIX parcelado, modalidade que deve beneficiar cerca de 60 milhões de pessoas que não têm acesso ao cartão de crédito. A medida busca padronizar a experiência já oferecida por algumas instituições financeiras e garantir maior transparência na contratação.
Na prática, o PIX parcelado funcionará como uma linha de crédito. O consumidor poderá parcelar uma compra ou transferência, enquanto o lojista ou recebedor terá o valor integral liberado no ato da transação. Caberá ao banco do cliente definir as condições de juros e os procedimentos em casos de atraso ou inadimplência, de acordo com o perfil de risco de cada usuário.
A expectativa é de que o modelo torne-se competitivo em relação ao cartão de crédito, oferecendo taxas mais vantajosas para consumidores e custos menores para lojistas, que não precisarão pagar pela antecipação de parcelas.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a novidade representa uma evolução do sistema de pagamentos. Para a entidade, o PIX parcelado será uma opção complementar ao cartão de crédito e caberá a cada instituição definir a disponibilidade e a precificação da linha de crédito.
Por outro lado, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para riscos de endividamento, especialmente entre famílias de baixa renda, público que deve ser o mais impactado pela nova modalidade. A entidade defende que, se mantida, a ferramenta siga regras claras, com contratos padronizados, análise rigorosa de risco e salvaguardas contra o superendividamento.
O PIX é atualmente o meio de pagamento mais usado do país, e a inclusão do parcelamento na ferramenta pode ampliar ainda mais seu alcance. O Banco Central avalia que, com a regulamentação, haverá mais competição entre bancos e condições mais equilibradas tanto para consumidores quanto para lojistas.